Após mais de 20 meses, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou o motorista que provocou o acidente de trânsito em Taguaí, no qual 42 pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas. A informação foi divulgada nesta terça-feira (23) pelo G1.
A denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Pedro Rafael Nogueira Guimarães e recebida pelo Judiciário no dia 17 de agosto, traz como qualificadora o fato de o acusado ter praticado o crime no exercício de sua profissão, conforme informou o MP.
O motorista responderá por homicídios e lesões corporais culposas. Segundo testemunhas citadas nos autos, o réu realizava o trajeto há cerca de oito anos e costumava tanto dirigir em alta velocidade quanto fazer ultrapassagens em pontos da rodovia que não permitem esse tipo de manobra.
O dia 25 de novembro virou feriado municipal em Itaí, onde a maioria das vítimas morava. O acidente foi considerado o maior nas rodovias estaduais de São Paulo dos últimos 22 anos.
A defesa do motorista, que agora virou réu no processo, afirmou que está aguardando o prazo para apresentar a defesa preliminar. A partir disso, o advogado informou que serão marcadas datas para a audiência de instrução e o julgamento.
Acidente
A batida entre o ônibus e o caminhão aconteceu às 6h35 do dia 25 de novembro de 2020 no quilômetro 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho.
Com o impacto, o caminhão bitrem, que levava uma carga de esterco, invadiu uma propriedade rural, e várias vítimas foram arremessadas do ônibus e ficaram amontoadas na pista.
Ao todo, 37 mortes foram confirmadas no local do acidente e os feridos foram encaminhados para três hospitais em Taguaí, Fartura e Taquarituba.
De 15 sobreviventes socorridos após a batida, quatro morreram antes de dar entrada nos serviços de saúde. A 42ª vítima morreu no dia 29 de novembro em um hospital de Avaré.
O ônibus transportava, além do motorista que sobreviveu, 52 funcionários de uma empresa têxtil que fica em Taguaí. O veículo pegou passageiros em Itaí e Taquarituba, quando bateu a cerca de cinco quilômetros do destino final.
Já no caminhão havia dois motoristas, e o homem que dirigia o veículo morreu na batida. Ele não tinha habilitação para dirigir caminhões e, por isso, havia contratado um ajudante, que sobreviveu ao acidente.