Dia do Sanfoneiro será em 26 de maio. (Foto: Sumaia Vilella/Agência Brasil)
Dia do Sanfoneiro será em 26 de maio. (Foto: Sumaia Vilella/Agência Brasil)


Diário Oficial da União publica, nesta terça-feira (20), a Lei nº 14.140, de 19 de abril de 2021, que institui o Dia Nacional do Sanfoneiro, a ser comemorado anualmente, em todo o território nacional, na data de nascimento do músico Severino Dias de Oliveira, conhecido como Sivuca, em 26 de maio. Ele morreu aos 76 anos, no dia 14 de dezembro de 2006.

Severino Dias de Oliveira nasceu em Itabaiana, na Paraíba, e levou a cultura nordestina para o mundo. Como compositor, arranjador, instrumentista, o mestre da sanfona participou de mais de 200 discos de gêneros musicais diferentes como bossa nova, forró, choro, baião, maracatu, frevo, jazz, entre outros.

A socióloga Flávia Barreto, filha de Sivuca, escreveu um livro biográfico do pai, Magnífico Sivuca: maestro da sanfona, no qual detalha a infância, a carreira do músico no Brasil e no exterior, as parcerias musicais.

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“Sivuca é música, sempre foi música, em casa, fora de casa. Sivuca estava sempre tocando, ouvindo. Ele sempre foi música, desde criança”, disse Flavia em entrevista para a Rádio Nacional de Brasília.

Sivuca foi um multi-instrumentista que circulou por diversos ritmos. (Foto: Wikimedia Commons)

Sivuca

Ainda novo, Sivuca ganhou uma sanfona de presente do seu avô Pablo Juacir em 13 de junho de 1939, em um dia de São João quando tinha 9 anos. Aos 34 anos, ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, no Recife. E em 1948, fez parte do elenco da Rádio Jornal do Comercio.

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Em 1951, gravou o primeiro disco em 78 rotações, pela Continental, com “Carioquinha do Flamengo” (Waldir AzevedoBonfiglio de Oliveira) e “Tico-Tico no Fubá” (Zequinha de Abreu). Nesse mesmo ano, lançou o primeiro sucesso nacional, em parceria com Humberto Teixeira, “Adeus, Maria Fulô” (que foi regravado numa versão psicodélica pelos Mutantes, nos anos 60).

A partir de 1955, foi morar no Rio de Janeiro. Após apresentações na Europa como acordeonista de um grupo chamado Os Brasileiros, chegou a morar em Lisboa e Paris, a partir de 1959. Foi considerado o melhor instrumentista de 1962 pela imprensa parisiense. Gravou o disco “Samba Nouvelle Vague” (Barclay), com vários sucessos de bossa-nova.

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Morou em Nova Iorque de 1964 a 1976, onde, entre outros trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso “Pata Pata”, de Miriam Makeba, com quem então viajou pelo mundo até o fim da década de 60. Em 1971, Harry Belafonte o convidou para arranjar e tocar no especial dele e de Julie Andrews, na TV NBC, na cidade de Los Angeles. Fez uso de violão e sanfona, arranjou para orquestra de cordas, a quatro mãos, com o compositor e arranjador Nelson Riddle, inclusive o arranjo de uma canção escrita para Julie Andrews homenagear Vincent van Gogh.

Compôs trilhas para os filmes Os Trapalhões na Serra Pelada (1982) e Os Vagabundos Trapalhões (1982). Um dos discos mais emblemáticos da carreira do artista é o Sivuca Sinfônico (Biscoito Fino, 2006), em que ele toca ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife sete arranjos orquestrais de sua autoria, um registro inédito e completo de sua obra erudita.

Em 2006 o músico lançou o DVD Sivuca – O Poeta do Som, que contou com a participação de 160 músicos convidados. Foram gravadas 13 faixas, além de duas reproduzidas em parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Abaixo, confira a apresentação de Sivuca e Clara Nunes executando o forró “Feira de Mangaio”: