Desde quando foi anunciado no início do mês pela concessionária CTG Brasil, responsável pelos reservatórios da região, que a represa de Chavantes teria sua vazão aumentada para compensar o nível de Jurumirim, a primeira viu o seu volume útil cair mais da metade, enquanto a segunda permaneceu com um índice próximo de 14%.
Nos últimos dias, o nível da água de Chavantes atingiu menos de 10% de sua capacidade total – no começo de dezembro, esse índice era de pouco mais de 20%. Já Jurumirim, que menos de 30 dias atrás estava com 14,89%, atualmente está com 13,49% de sua capacidade total.
Poucos dias depois do anúncio da CTG que iria modificar a vazão dos reservatórios, moradores da região já relatavam nas redes sociais baixas significativas na represa de Chavantes todo dia. O ritmo da queda do índice foi ficando menor, é verdade, mas o nível da água ainda continua baixando quase que diariamente, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) de Fartura iniciou uma campanha para alertar a respeito da informação de que a concessionária CTG Brasil aumentou a vazão do reservatório de Chavantes para compensar o nível na ocasião ainda mais baixo de Jurumirim.
Desde então, o volume da primeira represa foi caindo dia após dia, enquanto o de Jurumirim permaneceu estável. É importante ressaltar, porém, que neste período Capivara, o terceiro reservatório pertencente à Bacia do Paranapanema e que estava em situação mais crítica, recuperou um pouco de seu volume total.
Representante da CTG Brasil, Marcio Peres explicou em entrevista à Rádio Avaré que a usina de Jurumirim é parte de uma cadeia de usinas que nos últimos três anos “tem enfrentado uma crise hídrica nunca vista antes” – sem citar, entretanto, as mudanças climáticas pelas quais o Brasil e o mundo passam. Peres comentou sobre a criação da Sala de Crise do Paranapanema e a atuação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Agência Nacional de Águas (ANA) e de órgãos ambientais no comitê, que têm se reunido quase toda semana.
No entanto, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), o índice em Jurumirim chegou a ser o mais baixo da história da represa para o mês de dezembro e é considerado um recorde negativo – as medições começaram em 1993. A situação, que já se arrasta há mais de um ano, tem sido motivo de reclamações de moradores, comerciantes, trabalhadores e integrantes do poder público da região.