Represa de Chavantes está com pouco mais de 20% de seu volume total. (Foto: Divulgação/Comtur Fartura)
Represa de Chavantes está com pouco mais de 20% de seu volume total. (Foto: Divulgação/Comtur Fartura)


O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) de Fartura lançou recentemente uma campanha para questionar a forma como a multinacional chinesa CTG Brasil tem atuado na gestão do nível da água da represa de Chavantes, atualmente com pouco mais de 20% de sua capacidade total.

O ponto de partida da campanha #AngraDocePedeSocorro foi uma entrevista do representante da CTG Brasil Marcio Peres à Rádio Avaré, na qual ele revela que a vazão da represa de Chavantes foi significativamente aumentada recentemente para compensar o nível ainda mais baixo do reservatório de Jurumirim, atualmente com menos de 15% do volume útil total.

O nível da água na região de Jurumirim tem sido pauta há algum tempo nas cidades banhadas pelo reservatório, inclusive com representantes do poder público questionando a concessionária a respeito do assunto. Há ainda o reservatório de Capivara, atualmente com menos de 6% de sua capacidade total, que também faz parte da bacia do Paranapanema.

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Marcio Peres explicou que a usina de Jurumirim é parte de uma cadeia de usinas que nos últimos três anos “tem enfrentado uma crise hídrica nunca vista antes” – sem citar, entretanto, as mudanças climáticas pelas quais o Brasil e o mundo passam. Peres comentou sobre a criação da Sala de Crise do Paranapanema e a atuação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Agência Nacional de Águas (ANA) e de órgãos ambientais no comitê, que têm se reunido quase toda semana.

Situação das represas integrantes da bacia do Paranapanema. (Foto: Reprodução/ONS)

Em determinado momento da entrevista, o representante da concessionária revelou a mudança da vazão de Chavantes de 140m³/s para 900m³/s, o que poderá diminuir ainda mais o nível da água desta represa. Essa medida, segundo Peres, seria para equilibrar os reservatórios, uma vez que Jurumirim teve a sua vazão reduzida.

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“Isso é muito prejudicial para o nosso meio ambiente, nossa agricultura e o turismo”, diz o Comtur Fartura em texto publicado nas redes sociais. “Permitir o aumento da vazão neste momento, diminuindo ainda mais o volume, acarretará um prejuízo sem precedentes para toda a população e a quebra das economias locais, que ainda são basicamente agrícolas.”

O objetivo da campanha do órgão farturense é angariar o máximo de assinaturas possível para dar visibilidade regional e também nacional à situação, que tem afetado os setores de Turismo de um grande número de municípios localizados no sudoeste de SP e no norte do PR.

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O representante da CTG Brasil ainda revelou que, mesmo com 0% do volume necessário para gerar energia, a represa de Jurumirim ainda tem cerca de 50% do volume total inundado, mesmo que não seja possível utilizá-lo pelas usinas. No entanto, com volume útil na faixa dos 15% há mais de um ano, a situação tem sido motivo de reclamação de moradores e pessoas que dependem da represa para sobreviver na região de Avaré. A Promotoria de Justiça de Itaí inclusive instaurou um procedimento para averiguar as causas do baixo nível da água.

Até a manhã desta segunda-feira (7), mais de 3.000 pessoas tinham assinado a petição na plataforma Change.org. Para saber mais sobre a iniciativa do Comtur Fartura, clique neste link.