O azeite de oliva é a estrela em muitos pratos, mas o seu preço tem afastado o consumidor. (Foto: Divulgação)
O azeite de oliva é a estrela em muitos pratos, mas o seu preço tem afastado o consumidor. (Foto: Divulgação)


Em tempos de busca por uma alimentação equilibrada, o azeite de oliva sempre se destacou como uma escolha saudável e essencial na cozinha de muitos.

No entanto, um recorrente aumento no preço desse amado óleo tem levado consumidores a reconsiderar as suas opções.

O aumento, que viu os preços do azeite extra virgem subirem mais de 50% no último ano, é resultado de uma combinação de quebra de safra nas regiões produtoras da Europa e uma valorização relevante do dólar.

PUBLICIDADE

A alta significativa nos preços, que não mostra sinais de estabilização, está refletindo claramente nos hábitos de consumo do brasileiro recentemente.

Dados indicam uma redução na presença do azeite de oliva nas compras, com uma taxa de incidência caindo de 4,3% para 2,4% nas notas fiscais entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024. Esse cenário desafiador abriu espaço no mercado para o crescimento de alternativas viáveis ao azeite de oliva.

PUBLICIDADE

A nutróloga Dra. Caroline Accorsi aponta algumas opções que podem não apenas substituir o azeite de oliva, mas também oferecer benefícios nutricionais. Confira:

O óleo de amendoim era bastante consumido em 1970 no Brasil e voltou às prateleiras recentemente. (Foto: Reprodução/MF Rural)
O óleo de amendoim era bastante consumido em 1970 no Brasil e voltou às prateleiras recentemente. (Foto: Reprodução/MF Rural)

Óleo de amendoim 

Muito comum entre as famílias brasileiras até os anos 1970, o óleo de amendoim é rico em vitaminas E, B1 e B2. Além de ser uma opção saudável na cozinha, este óleo é estável quando aquecido, não alterando o sabor dos alimentos, tornando-se uma opção viável para realizar cozimentos de alta temperatura. A CRAS Brasil, liderando a exportação, expandiu sua capacidade de produção para atender à crescente demanda, especialmente de mercados internacionais como China e Europa.

PUBLICIDADE

Óleo de gergelim

O gergelim tem ganhado destaque devido à sua adaptabilidade às mudanças climáticas e baixo custo de produção. O óleo extraído é rico em ácidos graxos essenciais e bioativos, que podem ajudar na redução de problemas cardiovasculares. O óleo de gergelim é uma adição versátil na culinária, utilizado tanto para refogar quanto para adicionar um sabor distinto a molhos e marinadas.

O óleo de gergelim é usado em muitos pratos do Oriente Médio, da África e do Sudeste Asiático, enquanto o óleo de coco é o preferido dos veganos e vegetarianos. (Foto: Divulgação)
O óleo de gergelim é usado em muitos pratos do Oriente Médio, da África e do Sudeste Asiático, enquanto o óleo de coco é o preferido dos veganos e vegetarianos. (Foto: Divulgação)

Óleo de coco

Um favorito entre os veganos, o óleo de coco é conhecido por suas propriedades funcionais, incluindo ações antiviral e antibacteriana. É uma excelente fonte de ácidos graxos e antioxidantes. O óleo de coco é extremamente versátil, podendo ser usado tanto em altas temperaturas quanto em temperos para saladas ou como substituto da manteiga em receitas veganas de doces.

Azeite de dendê

Com seu sabor e aroma característicos, o azeite de dendê é um pilar da culinária afro-brasileira. Além de ser um excelente óleo para cozinhar em altas temperaturas e refogar alimentos, suas propriedades nutricionais incluem ômega 6 e 9, e vitaminas A e E, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunológico e prevenção do envelhecimento precoce.

Indispensável na cozinha afro-brasileira, o azeite de dendê é utilizado em pratos de origem africana como o vatapá e o acarajé. (Foto: Divulgação)
Indispensável na cozinha afro-brasileira, o azeite de dendê é utilizado em pratos de origem africana como o vatapá e o acarajé. (Foto: Divulgação)

Dicas para escolher e armazenar óleos vegetais

A escolha de um óleo vegetal não se limita apenas ao seu perfil nutricional ou culinário; a forma como ele é armazenado também pode afetar sua qualidade e vida útil. Aqui estão algumas dicas:

  • Armazenamento correto: mantenha os óleos em local fresco e ao abrigo da luz, preferencialmente em embalagens escuras, para preservar suas qualidades nutritivas e sabor.

  • Rotatividade de estoque: use os óleos dentro de sua data de validade e considere comprar em quantidades que correspondam ao seu consumo, para evitar a rancidez.

  • Conheça o ponto de fumaça: cada óleo tem um ponto de fumaça específico, que é a temperatura na qual começa a queimar e a decompor-se, perdendo suas propriedades e potencialmente liberando substâncias nocivas. Por exemplo, enquanto o óleo de coco tem um ponto de fumaça relativamente alto, ideal para frituras, o óleo de gergelim é melhor utilizado em temperaturas médias ou para adicionar sabor aos pratos já preparados.

  • Fique atento aos rótulos: escolha óleos que sejam rotulados como “prensados a frio” ou “extraídos a frio”, pois esses métodos tendem a preservar melhor os nutrientes e os sabores dos óleos. Evite óleos que foram extraídos usando solventes químicos ou altas temperaturas, que podem alterar suas qualidades benéficas.

  • Use em marinadas e molhos: os óleos não são apenas para cozinhar. Eles podem ser excelentes em marinadas, molhos para saladas e condimentos, onde suas propriedades podem ser plenamente apreciadas sem aquecimento. Por exemplo, o óleo de coco pode ser usado para criar uma marinada tropical para frango ou peixe.

A Dra. Caroline Accorsi conclui destacando que a escalada nos preços do azeite de oliva desencadeou uma exploração de alternativas que não só aliviam o bolso do consumidor, mas também enriquecem a diversidade nutricional. À medida que essas alternativas ganham espaço nas prateleiras e nas cozinhas, os consumidores têm a oportunidade de redefinir padrões de consumo, optando por opções saudáveis e acessíveis.