Viralizou recentemente em sites e páginas de alcance nacional a rivalidade que se criou na cidade de Ourinhos, uma vez que foram instalados no município cartazes com mensagens pró e contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Cerca de um mês atrás, o Sindicato Rural de Ourinhos espalhou pela cidade outdoors com mensagens de apoio a Bolsonaro, com os dizeres: “Acreditamos em Deus e valorizamos a família”. A iniciativa, segundo o presidente da entidade, o empresário Eduardo Luiz Bicudo Ferraro, foi espontânea e em agradecimento ao trabalho da gestão atual em relação ao agronegócio brasileiro.
Entretanto, nesta semana um grupo de professores, pequenos comerciantes, estudantes e trabalhadores se uniu pelo WhatsApp para fazer um contraponto à campanha do sindicato. O coletivo Amigos de Ourinhos contra o Fascismo arrecadou, por meio de doações que variavam de dez a 300 reais, o suficiente para a instalação de quatro outdoors contra Bolsonaro – dois deles já estão instalados.
Neste novo cartaz, um desenho do presidente da República se atrapalhando ao colocar uma máscara de proteção é acompanhado do texto “E daí? Não sou coveiro”, em referência a uma resposta dada pelo próprio Bolsonaro ao ser questionado sobre o número de mortos pela doença causada pelo novo coronavírus, em abril. Há referências também às mais de 100 mil mortes no Brasil até o momento e à hashtag #OurinhosNãoFechaComBolsonaro.
Essa “guerra de outdoors” não é exclusividade do município de Ourinhos e já foi vista em outros estados brasileiros, como Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo. Os conflitos de propagandas positivas e negativas em torno da figura polarizadora do atual presidente se intensificaram após a pandemia de covid-19.
O ex-capitão do exército, maior representante da ascensão da direita conservadora no Brasil, conquistou mais de 70% dos votos em Ourinhos nas eleições de 2018.
Segundo informações do grupo Amigos de Ourinhos contra o Fascismo ao site da Revista Fórum, porém, a quantidade de manifestações em apoio aos cartazes mais recentes aponta um enfraquecimento do presidente na cidade. Inclusive, poucos dias após a instalação dos pôsteres a favor de Bolsonaro, eles foram pichados com os dizeres “fascista” e “genocida”. O responsável pelo Sindicato Rural de Ourinhos afirmou na época que tomaria providências para identificar os autores das pichações.