Ônibus transportava cerca de 50 passageiros. (Foto: Arquivo pessoal)
Ônibus transportava cerca de 50 passageiros. (Foto: Globo News/Reprodução)


A perícia do acidente entre um ônibus e um caminhão entre as cidades de Taguaí e Taquarituba, que deixou 42 mortos em novembro do ano passado, concluiu que não foi identificada falha nos freios do ônibus. Detalhes do laudo foram revelados pelo Fantástico na noite deste domingo (21).

De acordo com os peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo, não foram encontrados na estrada buracos ou algum tipo de deformação que pudessem ter provocado o acidente. Os investigadores também verificaram os freios do lado esquerdo do ônibus e desmontaram as rodas do lado direito.

“Mangueiras, válvulas e demais componentes estavam íntegros e não foram encontrados vestígios que indicassem falha no sistema de freios”, foi a conclusão do laudo oficial.

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“Na verdade, infelizmente nesse acidente houve uma falha humana”, explicou a delegada Camila Rosa Alves, titular da Seccional de Taquarituba e que responde pela investigação.

Perícia em 3D de acidente que matou 42 pessoas em Taguaí. (Foto: Reprodução)

O motorista do ônibus, Mauro Aparecido de Oliveira, havia dito para a polícia e também em entrevistas após o ocorrido que não tentou ultrapassar no trecho proibido, e que havia ocorrido uma falha mecânica nos freios.

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Seu advogado, Hamilton Antônio Gianfratti, afirma que há testemunhas que comprovam que o freio falhou. “Haverá um conflito probatório nos autos e vai caber obviamente ao juiz discernir essa questão. Nós temos testemunhas que comprovam que não houve, por exemplo, uma ultrapassagem”, afirmou.

Gianfratti deverá pedir o perdão judicial, ou seja, que a Justiça deixe de aplicar a pena, caso Mauro seja condenado. “O Mauro, no momento, está vivendo sob intenso sofrimento, sob medicação. E havia uma relação subjetiva de afetividade com todos os componentes do ônibus. Isso favorece o perdão judicial”, completou.

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Os peritos ainda argumentam que Mauro alegou não ter desviado para a direita porque pensou que ali havia uma ribanceira, mas que naquele local não há ribanceira – o motorista fazia esse percurso todos os dias havia oito anos.

Outra constatação da perícia foi que os pneus do veículo, pertencente à empresa Star Turismo, estavam carecas. “Não foi decisivo no acidente, mas comprometia a segurança dos passageiros”, afirmou a delegada.

Colisão ocorreu na semana passada, na Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho (SP-249). (Foto: Reprodução/TV Tem)
Colisão ocorreu na Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho (SP-249). (Foto: Reprodução/TV Tem)

Em nota, o advogado da Star Turismo disse ao programa que a manutenção dos ônibus era realizada semanalmente e que a empresa ainda não foi notificada sobre a suspensão da autorização para fazer o transporte intermunicipal.

As vítimas, em sua maioria moradores de Itaí, trabalhavam em três empresas têxteis que funcionavam no mesmo local, em Taguaí. Os donos das confecções eram os contratantes do ônibus e, segundo a polícia, serão indiciados por colocar a vida dos funcionários em risco.

Sobreviventes e pessoas próximas das vítimas do acidente têm recebido acompanhamento médico e psicológico desde o ocorrido, em 25 de novembro de 2020.