O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu nesta segunda-feira (11), que a conta de água irá aumentar, mesmo com a privatização da Sabesp.
“A tarifa da Sabesp, hoje, ela vai subir ao longo do tempo. O que a gente garante nessa operação é que ela vai subir em um valor menor”, disse.
A afirmação representa uma mudança no discurso da gestão estadual, que vinha sustentando o projeto como forma de viabilizar redução na tarifa.
Em recente entrevista ao G1, Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, prometeu que a tarifa seria reduzida: “Está escrito na lei, né. A gente se amarrou, a gente quis fazer isso”.
No início da ano, o próprio governador defendeu que a proposta implicaria na redução do valor. “Vamos conseguir fazer o investimento, cumprir o prazo de universalização do serviço, fazer mais ligações, fazer mais estações de tratamento, investir no reuso de água, na diminuição das perdas e ao mesmo tempo reduzir as tarifas”, disse Tarcísio em janeiro.
Histórico
O projeto de lei foi aprovado pela Assembleia Legislativa (Alesp) na semana passada, em votação tumultuada, marcada protestos contrários à proposta.
Embora já sancionado, para ser de fato viabilizado, a privatização também precisa passar pela Câmara de São Paulo.
Ele terá que ser aprovado pelos vereadores, uma vez que a capital paulista representa 44,5% do faturamento da companhia.
Pela lei municipal, qualquer mudança no controle acionário da Sabesp faz com que a Prefeitura de São Paulo volte a assumir o serviço de água e esgoto na cidade.
Além de São Paulo, o governador afirmou que também conversará com os demais 374 municípios atendidos pela Sabesp para a renovação do contrato de concessão até 2060, “garantindo a inclusão dos mais pobres e os investimentos necessários para a universalização”.
Na prática, a privatização não deverá sair do papel antes do primeiro semestre de 2024. Poucas ou nenhuma empresa teria interesse de comprar a Sabesp sem a fatia da capital.