Gerente e filho do proprietário da Star Turismo e Viagens, Felipe Gabriel, 25 anos, acompanhou nesta sexta-feira (27), junto com seu pai e sua mãe, a perícia do ônibus envolvido no grave acidente ocorrido na quarta-feira (25), entre as cidades de Taguaí e Taquarituba, que matou 41 pessoas. O ônibus transportava trabalhadores de Itaí e Taquarituba para uma indústria têxtil da cidade de Taguaí quando colidiu frontalmente com um caminhão bitrem.
Felipe relatou ao UOL que a empresa Stattus Jeans foi quem fretou o ônibus envolvido na tragédia, diferentemente da versão do advogado da indústria têxtil, que afirmou ser um acordo entre funcionários e a empresa de viagens; uma espécie de “lotação”. Inclusive, ele frisou ter falado em depoimento à Polícia Civil, no mesmo dia, a relação entre as empresas.
Sobre as irregularidades apontadas pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), Felipe argumentou que a Star Turismo não é clandestina. “Na verdade a empresa nunca foi clandestina, pois para ser clandestina não pode ter um nome atuando no mercado. Hoje em dia é muito difícil ter uma coisa que não seja fiscalizada. A gente tem todos os documentos da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Artesp”, disse.
Ele comentou que seus familiares estão abalados emocionalmente pelo fato ocorrido e que em seis anos de prestação de serviços da empresa, comandada pela família, nunca havia ocorrido algo semelhante.
“É uma verdadeira tragédia que ninguém esperava. Estão falando muito sobre a documentação, mas está tudo vigente, temos todos os papéis para comprovar, os freios do ônibus estão tudo bem, temos notas fiscais de tudo, manutenção, até os peritos estão aqui e declararam que não é problema de freio. Vamos esperar para ver no que vai dar e deixo tudo no caminho de Deus que vai dar certo”, declarou Felipe.
A reportagem questionou o policial civil, presente na perícia, sobre a declaração do representante da empresa sobre os freios do ônibus estarem em bom estado, ele diz que não existe a conclusão do laudo pericial ainda, pois há apurações técnicas para serem realizadas. Segundo o perito, o laudo deve ser disponibilizado em uma ou duas semanas. O advogado da Stattus também foi procurado, mas não respondeu às mensagens.