Muitas cidades do interior de São Paulo, bem como a capital, estão com céu cinzento e visibilidade reduzida no início desta semana. Este fenômeno é resultado das queimadas na Amazônia e no Pantanal, conforme confirmado pelo Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp.
A condição da densa fumaça deve persistir até pelo menos a próxima quinta-feira (5), quando ela ficará mais intensa devido à entrada de uma frente fria. A partir da sexta-feira (6), a tendência é de melhora.
Além do aspecto “opaco” do céu e do forte cheiro de fumaça, que é mais intenso em alguns pontos do estado, a situação é agravada por focos de queimadas locais.
“O que estamos observando é o transporte da poluição da região amazônica e do Pantanal para o estado de São Paulo. No mapa, isso aparece como nebulosidade, mas é predominantemente fumaça. A frente fria que passou pelo oceano ontem canalizou a fumaça em direção ao estado de São Paulo, resultando nesse céu opaco e carregado”, explicou o meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri. A concentração de poluentes na atmosfera é elevada devido à falta de chuva e às altas temperaturas.
Incêndios no interior de SP
Além disso, no final do mês de julho, uma série de incêndios atingiu o interior do país, e no estado de São Paulo não foi diferente. Apesar da região sudoeste de SP ter registrado chuvas em determinados dias, o que ajudou significativamente o combate às queimadas, recentemente o alerta para o perigo de novos incêndios voltou a ser informado pela Defesa Civil paulista.
Nesta terça-feira (3) pela manhã, nove focos ativos de incêndio eram monitorados pela Defesa Civil do estado. As cidades atingidas são Altinópolis, Cunha, Dois Córregos, Jardinópolis, Monte Alegre do Sul, Pedregulho, Piracicaba, Pompeia e São Simão.
Ao todo, 48 municípios seguem em alerta máximo para queimadas. O governo estadual mantém o gabinete de crise e monitora a situação dos incêndios.
A recomendação da Defesa Civil é redobrar a atenção em áreas de vegetação seca. Destaca-se que colocar fogo no mato é um crime ambiental, passível de sanções penais e administrativas. Além disso, causa danos irreparáveis à fauna, flora e a população da região.
Investigação
A Polícia Federal abriu 31 inquéritos para investigar suspeitas de incêndios criminosos no país.
Ao todo, 29 inquéritos são sobre ocorrências na Amazônia e no Pantanal. Outras duas investigações envolvem São Paulo, que tem 48 municípios em alerta máximo de queimadas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou que ações criminosas serão punidas com todo o rigor da lei.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que 15 delegacias no interior paulista e a superintendência regional da PF no estado participam das investigações.
Segundo o governo, mais de 3 mil brigadistas atuam no combate ao fogo no país, cerca de 1.500 na Amazônia, que enfrenta a pior seca em 40 anos.