O Governo do Estado de São Paulo anunciou balanço das multas aplicadas por crimes relacionados a queimadas criminosas em 2024, com um total de R$ 25 milhões em multas. Entre 1º de janeiro e 16 de setembro de 2024, foram atendidas 2.392 ocorrências e vistoriados 2.159 focos de incêndio em vegetação em todo o estado. Foram lavrados 420 autos de infração ambiental, em ocorrências que afetaram 107 mil hectares.
A Secretaria de Comunicação estadual confirmou também que 23 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento em ações de início intencional de fogo. A primeira prisão foi em 21 de agosto e a polícia descarta correlação entre os envolvidos até o momento, diferente do apontado pela Polícia Federal em relação às investigações para os incêndios nas regiões Centro-Oeste e Norte do país.
Em evento no sábado (14), em São Carlos, interior paulista, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que o prejuízo em São Paulo já havia chegado aos R$ 2 bilhões para os agricultores, principalmente os plantadores de cana-de-açúcar. Segundo ela, já são 900 mil hectares de áreas de agricultura e pecuária queimadas, 1,4 milhão de hectares em área de campo de pastagem e 1 milhão de hectares em áreas florestais.
Apesar da diminuição considerável em focos ativos, o alerta para queimadas no estado tem previsão de aumento das áreas em situação de emergência. A área de risco mais elevado deve voltar a regredir a partir de sábado (21) com avanço de nova frente fria, breve como a que derrubou as temperaturas em todo o estado desde segunda (16).
A cidade de São Paulo, que chegou aos 35°C na semana passada, teve registros em torno de 14,3°C na noite de hoje. Na madrugada há previsão de mínima média de 13°C, com pouca precipitação. Setembro se apresenta como um mês mais seco do que a média histórica na região.
Desmatamento e incêndio na região
O dono da área conhecida como Mata do Eugênio, em Taquarituba, foi multado pela prefeitura em quase R$ 3 milhões pelo corte de árvores sem autorização.
De acordo com o coordenador de Meio Ambiente de Taquarituba, o engenheiro Gabriel Soldera, a intervenção na área avançou 20 vezes mais do que o autorizado, o que resultou no desmatamento de quase 20 mil metros e provocou o aparecimento de animais silvestres na área urbana.
Na época, diversos animais silvestres foram flagrados fora do habitat natural em razão do desmatamento feito pelo proprietário de terra.
O caso foi registrado em março deste ano e, apesar de se tratar crime ambiental, difere um pouco dos episódios mais recentes no país, tanto por ter sido investigado e julgado quanto por não ter tido o uso do fogo. Recentemente, porém, durante os dias em que incêndios tomaram conta de todas as regiões do Brasil, o município de Taquarituba também registrou uma queimada de grandes proporções, que atingiu mais de 2 mil hectares e durou dias.