A partir deste mês de março, a viação Manoel Rodrigues, responsável por boa parte das linhas de ônibus que atendem à região sudoeste do estado de São Paulo, deixou de circular oficialmente. Todas as suas linhas foram incorporadas pela Princesa do Norte, de acordo com anúncio publicado na página oficial da empresa.
Ambas fazem parte do Grupo Comporte, e já vinham realizando um processo de fusão há alguns anos. Com mais de 25 linhas rodoviárias e suburbanas, além de ter operado também em setores de fretamento, a Manoel Rodrigues foi vendida para o conglomerado em 2010.
Desde então, os tradicionais ônibus brancos com listras verdes e amarelas foram substituídos pelos veículos azuis e brancos, identificados com o logotipo de flor característico da Princesa do Norte. A comunicação visual da empresa mudou neste período, em movimento que já acenava para uma fusão total com a outra companhia.
História da Manoel Rodrigues
Fundada em 1939, a Empresa Auto Ônibus Manoel Rodrigues S/A foi uma das mais tradicionais operadoras de transporte de passageiros do estado de São Paulo. O início dos serviços se deu quando um transportador da região de Avaré, cansado das dificuldades do transporte, ofereceu a um jovem imigrante, que viria a “emprestar” seu nome à companhia, a possibilidade de transportar malotes postais e passageiros.
À época, a dedicação e abnegação eram as principais ferramentas de trabalho, pois as condições oferecidas eram precárias; estradas de terra, veículos frágeis, condições do tempo determinando trajetos e duração dos percursos, balsas, escassez devido à Segunda Guerra Mundial, dentre tantas outras dificuldades, não impediram a continuidade dos serviços.
A primeira linha da empresa foi a que ligava Avaré e Taquarituba, via Itaí. O veículo, um Chevrolet 1938. Devido à inexistência de transporte regular na região, a empresa foi, aos poucos, oferecendo mais opções de ligações abrangendo municípios vizinhos; em 1958 vieram as linhas para a capital.
Com o tempo, toda a família Manoel Rodrigues estava envolvida com a operação da empresa, que foi ampliando a frota para poder atender as novas ligações. Correntes nos pneus, gasogênio, escassez de materiais, estradas quase intrafegáveis, tudo isso foi virando história. Prevaleceram outras dificuldades, mas também foram surgindo os resultados do trabalho.
Ao longo de oito décadas de atividades, a empresa acumulou incontáveis experiências dignas de serem registradas e lembradas com orgulho. A Manoel Rodrigues chegou a ser permissionária de 27 linhas rodoviárias e suburbanas. Operou ainda nos setores de fretamento e turismo, bem como transportava encomendas. Trabalhou em mais de quarenta municípios e possuiu sete garagens, além de vários pontos de apoio.