O vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani, confirmou nesta segunda-feira (29) na comissão do Senado que monitora as ações de combate à pandemia (CTCOVID19) que negocia com o governo a possibilidade de produção de vacinas inativadas contra a covid-19 nas plantas industriais de imunizantes voltados à saúde animal.
“Considerando que as vacinas inativadas contra a covid-19 são produzidas a partir do vírus vivo, a indústria de saúde animal possui três plantas com nível de biossegurança máxima, com capacidade instalada para atender a demanda de vacinação em todo o país. A indústria veterinária domina a produção de vacinas inativadas partindo de sementes de cultivo de células, ou seja, a célula-mãe”, afirmou.
Ele explicou que, “de posse das informações recebidas pela indústria da saúde animal sobre o cultivo da inativação e preparo, a indústria tem a possibilidade de debater com as autoridades, como a Anvisa e os ministérios da Saúde e Agricultura, a viabilidade da produção de vacinas humanas contra o coronavírus”.
“Proporcionando então a produção local de um volume expressivo de vacinas para a população, dispensando a necessidade de importação de IFAs [Ingredientes Farmacêuticos Ativos] e reduzindo nossa dependência, possibilitando a produção de centenas de milhões de doses, garantindo a vacinação massiva”, detalhou Salani ao reproduzir documento enviado ao relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT).
O parlamentar confirmou que há o desejo de algumas das maiores empresas filiadas ao Sindan “de converter temporariamente suas gigantescas plantas para a produção de vacina contra a covid-19”. O senador reforçou que o setor opera sob os mais exigentes critérios de biossegurança e rastreabilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) e organismos internacionais. E é graças a esse trabalho, segundo ele, que “a pecuária brasileira é a número 1 do planeta”.
Wellington acrescentou que caso o pleito do Sindan seja atendido, será possível um acréscimo aos estoques de vacinas já em posse do Ministério da Saúde “em relativamente pouco tempo, dada a escala de produção em que essas indústrias estão habituadas a produzir”. Meiruze Freitas, diretora da Anvisa também presente à reunião, confirmou que haverá uma reunião do Sindan com diversos órgãos governamentais para tratar do tema.