O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante pronunciamento. (Foto: Reprodução/TV Brasil)
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante pronunciamento. (Foto: Reprodução/TV Brasil)


O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou em pronunciamento de rádio e TV, na noite deste domingo (17), o fim da emergência de saúde pública em decorrência da pandemia. Segundo o ministro, o anúncio foi possível por causa da melhora do cenário epidemiológico, da ampla cobertura vacinal e da capacidade de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi criticada pelo secretário de Saúde de SP, Jean Gorinchteyn.

Ainda segundo o ministro, nos próximos dias será editado um ato normativo sobre a decisão. Queiroga afirmou que a medida não significa o fim da covid-19. “Continuaremos convivendo com o vírus. O Ministério da Saúde permanece vigilante e preparado para adotar todas as ações necessárias para garantir a saúde dos brasileiros, em total respeito à Constituição Federal.”

Vacinação

No pronunciamento, o ministro falou que o país realizou a maior campanha de vacinação de sua história, com a distribuição de mais de 476 milhões de doses de vacina. Foi ressaltado que mais de 73% dos brasileiros já completaram o esquema vacinal contra a covid-19 e 71 milhões receberam a dose de reforço. 

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O ministro também destacou os investimentos feitos na área nos últimos dois anos. “O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, fortaleceu o SUS, com a expansão da capacidade de vigilância, ampliação na atenção primária e especializada à saúde. Foram mais de R$ 100 bilhões destinados exclusivamente para o combate à pandemia, além dos mais de R$ 492 bilhões para o financiamento regular da saúde desde 2020”, disse Queiroga.

Emergência sanitária 

O Brasil identificou a primeira contaminação pelo novo coronavírus no final de fevereiro de 2020, enquanto a Europa já registrava centenas de casos de covid-19. No dia 3 de fevereiro de 2020 o ministério declarou a covid-19 como uma emergência de saúde pública de importância nacional..

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A declaração de transmissão comunitária no país veio em março, mês em que também foi registrada a primeira morte pela doença no país. 

Segundo último balanço, divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo, o Brasil registrou, desde o início da pandemia, 30.252.618 casos de covid-19 e 661.960 mortes em decorrência da doença. Há 29.227.051 pessoas que se recuperaram da doença, o que representa 96,6% dos infectados. Há ainda 363.607 casos em acompanhamento.

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Secretário de Saúde critica

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, criticou nesta segunda-feira (18) o anúncio feito ontem pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o fim da emergência sanitária da Covid. Ao UOL, o secretário disse que a medida foi intempestiva.

“Não poderia acontecer nesse momento. Hoje temos um país desigual na vacinação. Não falo de São Paulo, que é uma realidade muito diferente do Brasil”, disse.

O secretário de Saúde de SP, Jean Gorinchteyn. (Foto: Governo do Estado de SP)

Segundo ele, a emergência sanitária possibilita que o governo firme contratos emergenciais para compra de insumos médicos e imunizantes contra o coronavírus e que imunizantes sejam aplicados com registro emergencial.

“Seguramente temos que entender que temos de manter as estratégias. Elas ajudam os estados tanto para compra de insumos para Covid, para as vacinas, as restrições. Temos de ter essa compreensão”, completou.