Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de SP. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de SP. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


O Governo do Estado de São Paulo, representado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está planejando fechar 143 turmas do ensino médio noturno e 6 da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no próximo ano, segundo um levantamento do sindicato de professores da rede estadual (Apeoesp).

A medida, que tem causado apreensão na comunidade escolar, impactaria 3.997 alunos, em 28 municípios paulistas.

Os estudantes relatam preocupação com superlotação nas salas de aula remanescentes e insegurança no trajeto maior que terão de fazer para chegar às suas novas escolas, caso precisem de transferência.

PUBLICIDADE

Muitos alunos acabam frequentando aulas no período noturno por falta de opção, como nos casos em que precisam trabalhar durante o dia para complementar a renda da família.

“O ano que vem, eu quero muito trabalhar, quero fazer ainda mais cursos profissionalizantes. Mas esse fechamento das salas do noturno complica muito a nossa vida. Fica muito mais difícil”, relatou a estudante Taís Sousa, que está no ensino médio.

PUBLICIDADE

Atualmente, a jovem estuda na E.E. Pastor Emílio Warwick Kerr, no Grajaú, Zona Sul da capital. Contudo, essa unidade deixará de oferecer o ensino noturno em 2025, conforme já foi informado pela diretoria aos alunos e professores.

A saída dos estudantes será fazer a matrícula em uma das três escolas da região — que ficam entre 1 e 2 km de distância da atual.

PUBLICIDADE

Para especialistas, a proposta do governo não é eficiente e viola o direito à Educação.

“O fechamento de classes e de turnos noturnos em escolas públicas, que é uma coisa que acontece há muito tempo, ele sempre provoca a saída, o expurgo dos estudantes do sistema de ensino, porque essas classes são frequentadas por estudantes que moram próximo, no entorno. Então, quando você fecha uma classe e abre outra a quilômetros de distância, o que vai acontecer é que você vai obrigar esses estudantes a se deslocarem mais à noite, você vai aumentar o custo do transporte”, explica Fernando Cássio, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).