Obra 'Orixás', de Djanira da Motta e Silva. (Foto: temmais.com)
Obra 'Orixás', de Djanira da Motta e Silva. (Foto: temmais.com)


A obra “Orixás”, da pintora Djanira da Motta e Silva (1914-1979), nascida em Avaré (SP), “escapou” de ser danificada durante atos terroristas no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retirou a tela do Salão Nobre do Palácio, sem explicações. Atualmente, o quadro está em uma exposição no Museu Nacional da República.

A recolocação da obra no palácio será feita após o fim da exposição “Brasil Futuro: As Formas da Democracia”, em 26 de fevereiro.

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Ao temmais.com, o biógrafo da artista, Gesiel Júnior, celebrou que a obra tenha sido salva de ser destruída por golpistas que invadiram o Palácio do Planalto no último domingo (8). “Acabou sendo salva do risco de ser atacada por essa gente enlouquecida. Isso nos envergonha, principalmente para [quem está] fora do país.”

Com valor estimado atualmente em até R$ 4 milhões, a tela “Orixás” possui 3,61 metros de largura por 1,12 metro de altura. O quadro retrata três orixás, e ao lado das divindades há duas filhas de santo. “Se você ver o que aconteceu com a obra de Di Cavalcanti […] O fato de não ter voltado ao salão nobre fez com que a pintura de Djanira fosse poupada”, comenta Júnior.

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O ataque às obras de arte do Palácio do Planalto é visto com desaprovação por Gesiel Júnior.

“A gente vê com vergonha e tristeza, infelizmente é um ataque à arte brasileira. Quem fez isso não tem noção. Quem sofre é a arte brasileira.”

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Nas telas, o Brasil

Segundo o biógrafo, as obras de Djanira expressam características sociais do povo brasileiro. “Ela [Djanira] pensava o Brasil, independente das diferenças ideológicas, queria um Brasil mais justo, por isso valorizava os trabalhadores, criava uma arte genuinamente brasileira”, destaca.

“Ali, independente das diferenças, naquele quadro está representado um pouco da alma do brasileiro”, finaliza Gesiel.

‘Brasil Futuro: as Formas da Democracia’

Inaugurada no dia 2 de janeiro, no Museu Nacional da República, a mostra “Brasil Futuro: as Formas da Democracia” exibe mais de 100 obras de arte que propõem o debate democrático sobre a cultura nacional. A curadoria é de Lilia Schwarcz, Rogério Carvalho, Paulo Vieira e Márcio Tavares.

A exposição é aberta de terça-feira a domingo, das 9h às 18h30, até 26 de fevereiro.