Governadores de seis estados brasileiros renunciaram aos cargos na última semana. De acordo com a lei eleitoral, com exceção dos que vão disputar a reeleição, quem pretende entrar na disputa por uma vaga no Legislativo este ano precisa se desincompatibilizar do cargo público até seis meses antes do primeiro turno da eleição, que será em 2 de outubro.
Dos seis nomes que deixaram os cargos, quatro são do Nordeste e vão disputar uma vaga no Senado: Em Alagoas, Renan Filho (MDB), no Maranhão, Flávio Dino (PSB), no Piauí, Wellington Dias (PT) e no Ceará, Camilo Santana (PT). Além deles, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato a presidência da República e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ainda sem definição sobre qual cargo disputará, deixaram o posto mais alto do Executivo em seus estados. Os vices assumem os cargos até o fim dos mandatos.
João Doria anunciou nesta quinta-feira (31) que deixa o cargo de governador. Rodrigo Garcia, eleito como vice na chapa das eleições de 2018, tomou posse como novo governador, mandato que se encerra em 31 de dezembro deste ano. Garcia deverá concorrer para permanecer no cargo no pleito deste ano.
Empossado em 1º de janeiro de 2019, Doria deixa o governo com três anos e três meses de mandato. O paulistano de 64 anos assumiu a Prefeitura da cidade de São Paulo em 2016, eleito no primeiro turno, e renunciou ao cargo em 2018 para concorrer ao Governo de São Paulo. Venceu o então governador Márcio França no segundo turno, com 11 milhões de votos, e tomou posse como o 37º Governador do Estado.
Com a renúncia, Rodrigo Garcia (PSDB) passa a ocupar o cargo como governador de São Paulo. Garcia também assumiu, além do gabinete de vice-governador na gestão Doria, o cargo de Secretário de Governo. Ele foi responsável por coordenar projetos, obras e serviços de grande impacto. Liderou a articulação estratégica no desenvolvimento das políticas públicas estaduais, dentre eles o Orçamento do Estado.
Com 47 anos, Rodrigo Garcia ocupou a cadeira de deputado federal por dois mandatos, de 2011 a 2018, e três vezes deputado estadual, tendo sido presidente da Assembleia Legislativa, entre 2005 e 2007. Foi secretário nas pastas da Habitação, de Desenvolvimento Econômico e de Desenvolvimento Social e também secretário de Gestão da Prefeitura de São Paulo.
Era especulado até então que Doria abriria mão de concorrer à presidência e continuaria no cargo. Entretanto, ele desistiu na tarde desta quinta-feira (31) de se manter no cargo de governador de São Paulo e recuou do plano anunciado a aliados horas antes, pelo qual desistiria de concorrer à Presidência da República. A manobra buscou enquadrar o PSDB no mesmo dia em que Sergio Moro abandonou a pretensão presidencial, mas está longe de garantir o apoio do tucanato ao paulista.