A Câmara Municipal de Piraju cassou, nesta quinta-feira (26), o mandato do vereador Policial Paulinho (PL), que foi preso em setembro suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas.
Na sessão extraordinária, que durou poucos minutos, foram lidos os relatórios finais da comissão processante que apurava o caso. Conforme os documentos, o vereador não apresentou a defesa no prazo previsto.
O caso foi destaque em publicação do G1, que não conseguiu contato com a defesa de Paulinho Policial até a última atualização desta notícia. No último mês de setembro, a Câmara de Piraju havia convocado o suplente Willian Ribeiro (PODEMOS) para ocupar o cargo interinamente no lugar do vereador Paulinho.
Veja como votou cada vereador
Juninho Braz (PSB) – Sim
Érico Tavares (PSDB) – Sim
Fernanda Carrara (PSB) – Sim
Genival Borges (PP) – Sim
Janaina Rueda (PODEMOS) – Sim
José Carlos Garcia (REPUBLICANOS) – Sim
Lauro Melo (UNIÃO) – Sim
Léia Jacob (PL) – Sim
Valberto Zanatta (PSDB) – Sim
Vereador Willian Ribeiro (PODEMOS) – Declarou-se impedido para votar
Relembre o caso
A prisão aconteceu em setembro deste ano durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Piraju. Além do vereador, outros policiais civis também foram presos suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro.
Além do Gaeco, a Polícia Militar e a Polícia Civil participaram da ação, denominada Operação Cama de Gato. Foram cumpridos 12 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, em cidades como Avaré, Piraju e Chavantes, e do Paraná.
Segundo o Gaeco, o esquema teve início em Carlópolis, onde o grupo comprava drogas em grande quantidade e negociava armas de grosso calibre, incluindo fuzis.
A droga era transportada para o estado de São Paulo e as armas eram revendidas para facções criminosas no Rio de Janeiro. Os policiais envolvidos simulavam apreensões, mas desviavam o material para revenda.
A ação resultou na apreensão de R$ 105 mil em dinheiro e carros de luxo. Um dos detidos, em Piraju, chegou a destruir o celular para tentar ocultar sua participação no esquema.
Ainda conforme o Gaeco, a Corregedoria da Polícia Civil prestou apoio na prisão dos policiais, que foram levados ao presídio da corporação. O material apreendido passará por análise.
Conforme o MP, além de policiais civis, egressos do sistema prisional também integravam a organização criminosa, facilitando a troca de informações e atraindo traficantes responsáveis pela remessa de grandes quantidades de drogas que seriam, posteriormente, roubadas.
A investigação apontou, ainda, que um participante do esquema tinha habilitação para pilotar helicóptero, viabilizando até mesmo o transporte aéreo e interestadual da droga.