O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Piraju (SP) acompanha o surto de covid-19 registrado em um abrigo para idosos na cidade de Sarutaiá, que levou até o momento oito moradores a óbito. As informações são do G1.
De acordo com o MP, a administração do abrigo solicitou, no último dia 15, a transferência dos idosos para uma unidade recém-inaugurada do Reviver, localizada na capital São Paulo.
Desta forma, o órgão manteve contato direto com a direção da unidade para verificar a regularidade e a forma como os idosos seriam transferidos. Entretanto, afirmou que a transferência ainda não foi realizada e que o MP aguarda a unidade encaminhar a lista dos idosos que serão transferidos para realizar a operação.
O Ministério Público alegou ainda que “todas as medidas necessárias para isolamento e contenção das transmissões foram e estão sendo tomadas para evitar novas contaminações”. À reportagem, a prefeitura de Sarutaiá informou que não foi notificada a respeito das transferências.
A unidade do Reviver em Sarutaiá contava com 58 internos, dos quais oito faleceram por covid-19. Outros 43 foram infectados com a doença, além de oito funcionários. Somente sete idosos testaram negativo para o novo coronavírus.
De acordo com o Departamento da Saúde, todos os idosos e funcionários receberam no início do ano as duas doses da vacinação contra a doença, sendo a CoronaVac e a Oxford/AstraZeneca.
As Vigilâncias Sanitárias de Botucatu, Avaré e Sarutaiá realizaram fiscalização e não foram constatadas irregularidades no local. A prefeitura afirmou que todos os protocolos de prevenção ao coronavírus estavam sendo seguidos e que está oferecendo todo o suporte para atendimento e monitoramento, no sentido de evitar a proliferação ainda maior de casos.
Posicionamentos
O Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Botucatu, responsável pela cidade de Sarutaiá, disse que foi notificado sobre o surto e está à disposição do município para eventuais orientações.
Ao G1, a Anvisa informou que não pode se manifestar sobre o caso da reportagem por não ter acesso aos dados. No entanto, reforçou que para os “óbitos supostamente ocorridos em pessoas vacinadas, é necessária uma investigação específica sobre as relações causais entre o óbito e outros fatores internos ou mesmo relativos a cada indivíduo”.
Disse ainda que a eficácia da vacina atinge seu efeito máximo cerca de 14 dias após a segunda dose, “sendo imprescindível manter as medidas não farmacológicas após a vacinação”. Segundo o órgão, nenhuma vacina é 100% eficaz.
A Anvisa também alegou que “a vacinação é uma medida de controle coletivo e apenas a imunização de um grande número de pessoas é capaz de minimizar os riscos de transmissão e disseminação da doença”.
Já o Instituto Butantan disse que “é prematura e temerária qualquer afirmação sobre hospitalizações ou óbito pela Covid-19 de pessoas vacinadas contra a doença, uma vez que cada caso, individualmente, deve passar obrigatoriamente pelo processo de investigação, que não considera apenas a imunização de forma isolada, e sim o conjunto de aspectos clínicos, como comorbidades e outros fatores não relacionados à vacinação”.
Abaixo, detalhes dos oito óbitos registrados na unidade do abrigo em Sarutaiá:
– Terça-feira (8), um paciente de 89 anos que estava no Hospital de Piraju.
– Segunda-feira (14), um homem de 79 que estava internado no Hospital de Piraju;
– Terça-feira (15), uma mulher de 101 anos internada em Piraju;
– Quarta-feira (16), três idosos que estavam em Piraju, com idades de 82, 89 e 98 anos.
– Sexta-feira (18), mais um idoso de 71 anos e uma idosa de 96 anos, ambos internados no hospital de Piraju. Ver menos