O novo Inventário Florestal, divulgado na semana passada pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), apontou que o estado de São Paulo possui 5.670.532 hectares de vegetação nativa em vários estágios de recomposição. Em dez anos, SP aumentou em 4,9% a cobertura de áreas de vegetação nativa; até a década de 1990 o estado registrava déficits.
O relatório da SOS Mata Atlântica, lançado em junho deste ano, já apontava que em 2019 houve desmatamento zero na Mata Atlântica em São Paulo. Agora, com os dados globais sobre a vegetação nativa, pode-se afirmar que ao longo da última década o estado de São Paulo tem conseguido aumentar, de forma cautelosa, o volume de áreas naturais, com responsabilidade compartilhada entre todos os agentes sociais.
A área de vegetação nativa equivale a 22,9% do território paulista. No último mapeamento, realizado em 2010, foi registrado 17,5% do estado com vegetação nativa. O levantamento atual utilizou satélites mais modernos com alta resolução espacial, que conseguem aferir detalhes da superfície terrestre, e detectou 185 mil fragmentos a mais que o mapeamento anterior por conta da precisão de detecção.
Desde o primeiro levantamento florestal, feito em 1990, o inventário tem fornecido suporte científico fundamental para o desenvolvimento sustentável de projetos e intervenções de base florestal, feitos pelos agentes econômicos.
O estudo aponta a percepção dos municípios, que têm realidades muito diferentes em função dos biomas em que estão inseridos, a dinâmica de ocupação do solo pelas atividades econômicas ao longo das últimas décadas.
Municípios da região
Dos 645 municípios paulistas, 48 encontram-se em gradientes acima de 50% do território coberto com vegetação nativa (classificação verde escuro), 151 na faixa entre 20% e 50% (verde claro), 97 na faixa entre 15% a 20% (amarela), 216 na faixa entre 10% e 15% (laranja) e 133 estão na faixa com menos de 10% de cobertura vegetal nativa (vermelha). Há uma grande heterogeneidade na ocupação espacial do território paulista, o que exige políticas diferenciadas para cada região.
Entre os municípios que fazem parte da região da cidade de Fartura, Timburi é o que tem maior área de vegetação nativa (29%), o que o coloca como o único na classificação verde claro, a segunda melhor do mapeamento do Instituto Florestal. Em seguida, aparecem Sarutaiá (19,1%), Tejupá (18,8%), Piraju (17,9%) e Itaporanga (17,9%), Taquarituba (15,8%) e Barão de Antonina (16,4%), todas na classificação amarela, considerada mediana.
Coronel Macedo (14,8%), Fartura (14,1%), Taguaí (13,8%), Itaí (13,4%), Avaré (13,4%) e Cerqueira César (11,2%) estão na classificação laranja. Nenhum município da região está na classificação vermelha, a mais negativa, quando a vegetação nativa cobre menos de 10% de sua área.
Em outras regiões do estado, como no litoral e na Serra da Mantiqueira, a preservação é mais evidente. Campos do Jordão apresenta índice de 73,1% e está na classificação verde escura. O mesmo acontece em Ilhabela, onde fica o Parque Estadual Ilhabela; no município litorâneo, 94,1% da área da ilha é de vegetação nativa.
“Este levantamento da realidade florestal do Estado é imprescindível para guiar as políticas públicas de proteção e conservação de nossa biodiversidade, ao mesmo tempo que orienta as ações do licenciamento, da fiscalização e do uso sustentável de nossos ativos naturais pelos proprietários rurais, gestores públicos e sociedade civil”, explicou o subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani.
O Inventário Florestal 2020 constitui a base de dados oficial para a gestão dos ativos ambientais florestais no estado de São Paulo, assegurando ao setor público e à iniciativa privada as condições indispensáveis de segurança jurídica e orientação prospectiva da política pública de desenvolvimento sustentável, com proteção à biodiversidade e resiliência climática.