Parte da estrutura da ponte ficou destruída. (Foto: Reprodução/Facebook)
Parte da estrutura da ponte ficou destruída. (Foto: Reprodução/Facebook)


Situada sobre o Rio Paranapanema, a Ponte Pênsil Alves Lima já tinha um projeto de recuperação de sua estrutura antes mesmo da tragédia que comoveu a região no último fim de semana. Na madrugada do domingo (7), um incêndio supostamente criminoso atingiu a ligação, que fica na divisa dos municípios de Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR).

De acordo com reportagem da Folha de Londrina, a análise a princípio é de que as chamas teriam sido provocadas por algum material combustível, segundo perícia preliminar realizada pelo Instituto de Criminalística no local na última segunda-feira (9).

Com 164 metros de comprimento, a ponte é tombada pelo Patrimônio Histórico do Paraná e de São Paulo. Aproximadamente 40 metros da estrutura, que é de madeira, foram destruídos pelas chamas.

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Ao site do veículo londrinense, o chefe do Departamento de Cultura de Ribeirão Claro, Allan Mamed de Souza, informou que já existia um plano de recuperação da ponte desde o mês de julho e foi pedido um processo de manutenção das avarias da ponte. “Como é um bem tombado por dois estados, a gente precisava consultar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que nos encaminhou para o Patrimônio Histórico e Cultural do Estado”, disse.

A estrutura completa 100 anos no próximo dia 4. (Foto: Arquivo pessoal)
A estrutura que foi danificada pelo fogo completa 100 anos no próximo dia 4. (Foto: Arquivo pessoal)

O representante da pasta explicou que agora o projeto terá de ser readaptado, entrará em análises e estudos e terá como objetivos restaurar as avarias da ponte, tirar as pichações e realçar as cores naturais do local.

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Já o prefeito de Ribeirão Claro, Mario Augusto Pereira (PSC), afirmou que enviará o projeto à Secretaria de Obras e, posteriormente, à Secretaria de Estado de Administração e Previdência, e que irá aguardar o período eleitoral passar para trabalhar em conjunto com a prefeitura de Chavantes.

A reportagem ainda revela que o Patrimônio Cultural do Governo do Estado está organizando uma primeira vistoria presencial de engenheiros na ponte para avaliar os danos do incêndio.

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Destruída outras três vezes

Foi a quarta vez que a estrutura – inaugurada em 1920 para ajudar no escoamento do café da região norte do Paraná ao Porto de Santos – foi destruída: ela já sofreu danos severos em 1924, durante a Revolução Paulista, quando a cidade de Chavantes foi invadida; em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, quando a ligação foi dinamitada; e em 1983, após uma das maiores enchentes de que se tem notícia na região.

Suspeito

Diversos veículos de imprensa locais e páginas nas redes sociais chegaram a divulgar amplamente o nome e imagens de um homem como o responsável por ter ateado fogo na ponte, após ter causado um incêndio em sua residência na mesma noite.

Entretanto, tanto a Folha de Londrina quanto outros veículos informaram que os investigadores não confirmam essa informação, uma vez que o homem negou ter qualquer envolvimento no incidente e as investigações ainda estão em andamento.