Nesta quinta-feira (8), a prefeitura de Fartura realizou uma reunião de forma online com a participação do prefeito e do vice, Luciano Filé (PSDB) e Pedro da Maxi (PDT); do coordenador de Saúde, Renan Oliveira; do presidente da Câmara, Fernando Pitukinha (PTB); do presidente da Santa Casa, Roberto Prado; do presidente da Associação Comercial e Industrial de Fartura (Acif), Conrado Bortotti; e também de representantes dos comércios, das confecções, da imprensa e das polícias Militar e Civil.
O prefeito deu início à reunião, relatando a importância de ações mais efetivas para conter a contaminação do novo coronavírus na cidade. O coordenador da Saúde e o presidente da Santa Casa apresentaram a realidade do município com números alarmantes. Fartura registrou cinco óbitos no período de sete dias.
Ao comentar sobre a possibilidade do lockdown no município, o coordenador Renan ressaltou que na sua ideia a medida seria de uma forma mais restritiva com abertura somente de farmácias e supermercados no formato delivery. Já as unidades de saúde e o novo Polo Covid, montado no Ginásio de Esportes, funcionariam para atender a população durante o lockdown. Também foi pontuado que a prefeitura vai nomear, ainda nesta semana, dez funcionários para trabalharem no setor de fiscalização do município.
Ao passar a palavra aos participantes, o primeiro assunto ressaltado foi a possibilidade da abertura de um hospital de campanha no AME (Ambulatório Médico de Especialidades de Avaré). Foi destacado o trabalho solitário do presidente da Amvapa e prefeito de Coronel Macedo, Betinho Sanveiga (DEM), e pedido um trabalho com mais afinco do prefeito Luciano Filé e do presidente da Câmara Fernando Pitukinha.
Filé respondeu que já foi inaugurado no final do mês passado leitos de UTI e de enfermaria no AME de Botucatu e que o governo estadual acenou para a possibilidade de fazer o mesmo em Avaré agora em abril. Ele ainda disse que participou de uma reunião com os prefeitos da Amvapa e Betinho está os representando neste trabalho.
Possibilidade de lockdown
A maioria dos participantes que representam os comércios e indústrias do município se mostrou contra a medida, que significa um bloqueio total. Afirmaram que vai acarretar demissões e que grande parte da população não vai se conscientizar e permanecer em casa.
Ainda foram destacadas falhas na parte de fiscalização e dito que seria impossível impedir que os cidadãos se reunissem em ranchos e casas para festas particulares. “Se em um ano não houve conscientização da população, não será agora com o lockdown”, afirmou um dos participantes.
Ainda foi cogitada uma ação em parceria entre a prefeitura e empresas do município para testes em massa nos comércios e nas confecções, além da implantação de um projeto apresentado no Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus pelo vereador Filipe Dognani (PDT).
No final da reunião, que teve a duração de quase três horas, o coordenador Renan disse que o lockdown seria um “remédio amargo”, mas a única opção no momento para cortar a disseminação do covid-19 em Fartura. Presidente da Santa Casa, Roberto informou que durante a reunião ocorreram mais três internações na Santa Casa.
O prefeito Filé informou que mais uma reunião com o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 será realizada às 18 horas desta quinta (8) e que todas as informações discutidas serão levadas no encontro que definirá quais medidas vão ser tomadas em Fartura nos próximos dias.
A Coordenadoria de Saúde de Fartura informou, no início da noite, ter registrado o 21º óbito em decorrência da covid-19 na cidade, o quinto em um período de sete dias. O número de pessoas monitoradas (com o vírus ativo no corpo) também subiu, de 79 para 116.