Usina de Jurumirim (Divulgação/CTG Brasil)
Usina hidrelétrica de Jurumirim. (Divulgação/CTG Brasil)


A represa de Jurumirim, na região de Avaré, está com 29,69% do volume útil, segundo dados mais recentes da Agência Nacional de Águas (ANA). O índice representa uma baixa histórica, sendo esse o terceiro pior volume de água para o mês de outubro em dez anos.

Em outubro de 2018, a represa atingiu 21,38% da capacidade. No mesmo mês, em 2014, foi registrado o menor volume histórico; 24,75% da capacidade total. A média para o mês de outubro é de 50%.

Segundo a ANA, 30% do reservatório representa mais de 3 trilhões de litros de água. Já o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) garante que, apesar do volume baixo, ainda não há risco para o abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica.

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A chinesa CTG Brasil opera a usina de Jurumirim e sua concessão vai até 2029. (Foto: Reprodução)

A Usina Hidrelétrica de Jurumirim começou a operar no ano de 1962, perto dos municípios de Piraju e Cerqueira César, para a regularização do Rio Paranapanema e o abastecimento de energia para a região do médio Paranapanema.

Com potência instalada de 100 MW, possui um reservatório com capacidade para acumular cerca de 7,2 trilhões de litros de água, além de abranger uma área inundada de 449 quilômetros quadrados. A empresa CTG Brasil – braço brasileiro da Companhia das Três Gargantas da China – opera a usina atualmente e sua concessão vai até 2029.

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Prefeitura recorreu ao MP

De acordo com a prefeitura de Avaré, a represa de Jurumirim banha sete cidades da região do município, e ao menos quatro delas usam o reservatório para o desenvolvimento do Turismo.

No entanto, segundo o Executivo avareense, além deste setor, o baixo nível da represa também está causando danos ao meio ambiente.

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Imagem de fevereiro de 2019 mostra que a situação do baixo nível da represa não é de hoje. (Foto: Reprodução/TV Tem)

A prefeitura informou que já estão sendo tomadas providências junto às esferas estadual e federal do Ministério Público contra a empresa estatal chinesa, para que ela diminua o escoamento, mantendo pelo menos 40% da capacidade do reservatório. O assunto tem sido pauta do poder público há algum tempo, e a própria CTG chegou a ministrar encontros no ano passado para prestar contas à população a respeito do nível da represa.

Ainda conforme a administração de Avaré, as perdas no Turismo podem ser eventualmente recuperadas, mas a principal preocupação com a baixa do reservatório é por conta do meio ambiente, uma vez que o cenário pode causar desequilíbrio na fauna aquática local.

Represa de Chavantes divide os estados de PR e SP e os municípios de Carlópolis e Fartura. (Foto: Portal 014)

Represa de Chavantes

Responsável por banhar cidades localizadas na divisa com o estado do Paraná, a Represa de Chavantes atualmente está com 43,54% de sua capacidade, segundo informações atualizadas do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

A represa representa 1,66% do subsistema Sudeste/Centro-Oeste; isto é, a capacidade de armazenamento de energia do reservatório em relação ao subsistema considerando todos os reservatórios cheios.

Jurumirim abrange uma área maior que Chavantes e representa 2,02% do subsistema. Ambas fazem parte da bacia do Paranapanema, que por sua vez representa 5,81% do subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

Em janeiro deste ano, o Operador Nacional do Sistema Elétrico anunciou o aumento da defluência mínima da hidrelétrica de Jurumirim, passando de 60 para 100m³/s, visando a recuperação do reservatório de Chavantes, que na época estava com menos de 15% de sua capacidade.

Dados desta segunda-feira (12) do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). (Foto: Reprodução)