Norberto Vianna (à dir.) conduz o trabalho de reprodução em Salto Grande. (Foto: Divulgação)
Norberto Vianna (à dir.) conduz o trabalho de reprodução em Salto Grande. (Foto: Divulgação)


No município de Salto Grande, na região de Ourinhos, um projeto inovador desenvolvido por técnicos e especialistas da CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no país, visa garantir a sobrevivência da espécie de peixe pintado – um gigante brasileiro de água doce – por meio da reprodução em laboratório.

Segundo a Portaria nº 148 do Ministério do Meio Ambiente, de 7 de junho de 2022, o pintado é considerado uma espécie “vulnerável”, ou seja, enfrenta elevado risco de extinção na natureza, a menos que as circunstâncias que ameaçam sua sobrevivência e reprodução sejam revertidas.

Para mitigar esse risco, a CTG Brasil começou a desenvolver, em sua Estação de Piscicultura, em Salto Grande, estudos para reprodução induzida do pintado, dentro de seu Programa de Manejo e Conservação da Ictiofauna.

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A captura dos primeiros peixes nativos da espécie, para formação do plantel de reprodutores na Estação de Piscicultura, teve início em 2021. Ao longo de 2022, os peixes precisaram passar por um período de adaptação em cativeiro, ao mesmo tempo em que a técnica de reprodução era aprimorada. No início de 2023, foram realizadas as primeiras solturas, de aproximadamente 20 mil pintados juvenis. E no início desse ano, mais 30 mil peixes desta espécie foram soltos.

A reprodução do pintado em cativeiro é um processo complexo, que começa na coleta e seleção de reprodutores, anestesia, indução hormonal, extrusão, incubação, larvicultura e alevinagem.

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Pintado

Chamado pelo nome científico Pseudoplatystoma corruscans, o pintado é uma espécie nativa dos rios Paranapanema e Paraná, na divisa entre São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, mas distribuída por várias bacias brasileiras, com maior importância no Pantanal e na Bacia do Rio São Francisco.

De hábito alimentar carnívoro, alimenta-se de outras espécies de peixes. Suas fortes mandíbulas – dotadas de numerosos dentículos – impossibilitam que a presa consiga fugir. O pintado ainda possui boca e estômago elásticos, que facilitam a captura de animais até de grande porte.

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“Com ciclo de vida de até 18 anos, alguns exemplares podem alcançar 2 metros de comprimento e pesar 100 quilos. A poluição dos rios e a pesca predatória são suas principais ameaças”, explica o especialista de Meio Ambiente da CTG Brasil, Norberto Castro Vianna.

O pintado pode pesar até 100 quilos. (Foto: Divulgação)