(Foto: Reprodução/YouTube)
Quando se deu conta, Magda já estava comprando tripés, painéis, vasculhando histórias e gravando vídeos. (Foto: Reprodução/YouTube)

Pedagoga pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), a professora farturense Magda Elise Cerri ainda tem uma segunda licenciatura em Letras/Inglês e é também pós-graduada em Gestão Escolar, Psicopedagogia Clínica e Institucional e Educação Especial. Ela juntou toda essa bagagem com o prazer de contar uma boa história para criar o seu canal no YouTube, chamado Histórias da Prô Magda Cerri.

A educadora tem 52 anos de idade, é casada com Roberto Gabriel, e mãe de Luana e Tainara Cerri Gabriel. Há 26 anos no magistério, Magda já exerceu diversas funções, como educadora na Apae, na educação especial municipal, com oficinas pedagógicas da escola estadual em período integral, atuou também no EJA e atualmente na escola municipal como professora alfabetizadora, no segundo ano da tarde no colégio João Batista de Oliveira (o popular “Grupinho”).

“Sempre apaixonada por artes cênicas, procurei levar para minha profissão o pouco que aprendi com teatro desde a época do Walter Mazza e três anos de grupo teatral em Itapetininga. Embora eu não tenha seguido carreira, pude desenvolver projetos bons ao longo dos meus anos como docente”, conta Magda.

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Preocupada com o cenário pandêmico e como ele pode ser propício para o desenvolvimento de sintomas depressivos, a professora iniciou a pintura de sua casa e, quando a crise do coronavírus chegou de vez, pintou uma parede de um dos quartos para gravar aulas.

“Criamos um grupo no WhatsApp com os alunos e já mandei uma história. Percebi uma rápida devolutiva positiva e isso me estimulou mais ainda. Eu sempre gostei muito de lidar com o público, dava aulas em pós-graduações e me deliciava na hora de contar uma história ou fazer alguma dinâmica, pedi ajuda a um grupo de amigas quanto à opinião delas e me deram apoio. Confesso que foi a mesma coisa de por lenha na fogueira”, diz.

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Quando se deu conta, Magda já estava comprando tripés, painéis, vasculhando histórias e gravando vídeos, o que fez muito bem à sua autoestima.

“O objetivo inicial era contemplar meus alunos de forma que se interessassem pela leitura através das minhas histórias e os estimular a fazer o mesmo. Foi quando percebi que os adultos também estavam gostando”, continua.

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Magda viu então a oportunidade de contemplar pais, filhos, amigos e fazer novos amigos através da contação de histórias. “Afinal, todos estavam precisando desviar do foco das mortes causadas pelo vírus e se divertir um pouco. Pensei comigo mesma que seria essa uma ótima oportunidade de ajudar de forma indireta”, destaca.

O livro “Menina bonita do laço de fita”, de Ana Maria Machado, conta a história de um coelhinho branquinho que faz de tudo para ficar pretinho, como aquela menina do laço de fita que ele achava linda. (Foto: Reprodução)

Contadora de histórias

Perto da aposentadoria, a professora ainda se vê cheia de energia e vai procurar uma formação e profissionalização como contadora de histórias.

“Ainda temos muitas dificuldades, pois sou leiga em muita coisa que se relaciona ao trabalho de produção. Meu tripé é um cabideiro, eu sou a que aperta o play, corro filmar e volto parar o vídeo. E estou começando a ter ajuda de profissionais. Isto é perceptível nos meus vídeos. Como ainda são vídeos para contemplar as aulas, com histórias que estamos usando na plataforma, não existe uma comunicação muito direta com o publico, mas eu pretendo aprimorar, sim. Fazer chamadas, pedir que dêem um like… Mas vamos caminhar passo a passo”, salienta.

A professora já tem até parceiros – Sandra Arts, Rita das Maravilhas da Terra, SeT Flores de Piraju e MK – que direta ou indiretamente a ajudam a estruturar o seu projeto.

Magda acredita que todos sairão diferentes dessa pandemia. “Pobre é aquele que nada aprenderá com essa passagem cruel pela qual a humanidade foi submetida. Eu certamente sairei mais confiante em mim mesma. Mais amorosa, e com muita vontade de dar o meu melhor para quem aceitar. A incerteza do amanhã nos faz sermos melhores hoje do que fomos ontem”, vislumbra.

Em referência à história “Menina bonita do laço de fita”, publicada em seu canal, ela lembra como essa experiência é uma maneira de aceitar as diferenças e aceitar o próximo como ele é. “As histórias nos dão essa oportunidade de falar dos mais variados temas de maneira sutil, com a leveza necessária e a importância necessária. Agradeço a oportunidade das pessoas perceberem que é possível viver em meio à pandemia fazendo o bem, sem olhar a quem, na maneira que lhe convém”, conclui.

No vídeo abaixo, a professora conta a história “O caso do bolinho”, de Tatiana Belinky: