Produtores rurais de Fartura resgataram, na última quinta-feira (2), um filhote de gato-maracajá, que estava em meio à lavoura por volta do meio-dia, em uma propriedade no bairro rural Taquara Branca.
Os trabalhadores da fazenda de café entregaram o animal à Chácara Municipal. A coordenadora Patrícia Garcia esteve lá para recebê-lo.
O bichinho selvagem é macho, ainda era recém-nascido e bastante frágil, apesar de felizmente não ter sido encontrado com nenhum tipo de ferimento.
Ele foi encaminhado à cidade de Assis, para ser tratado pela Associação Protetora de Animais Silvestres (Apass).
“É muito parecido com o gato-do-mato pequeno”, informou Natália de Godoy, diretora da Apass, que também explicou que a organização possui biólogo, veterinário e uma equipe técnica pronta para cuidar do gatinho selvagem.
Outrora comum
O gato-maracajá é um pequeno felino nativo da América do Sul e da América Central. Trata-se de um animal solitário e com hábitos noturnos, que tem como característica a cauda mais longa que seus membros posteriores. É um exímio escalador de árvores.
Na região de Fartura, já foi uma espécie vista com bastante facilidade até metade do século XX, porém atualmente é considerada rara.
A espécie (Leopardus wiedii) encontra-se listada como “quase ameaçada” pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), por sua ampla distribuição geográfica, sendo encontrada desde a zona costeira do México até o norte do Uruguai e Argentina e em todo o Brasil (com exceção do sul do Rio Grande do Sul).
Estima-se que nos próximos 15 anos a população sofrerá um declínio de pelo menos 10%, principalmente pela perda e fragmentação de habitat relacionadas à expansão agrícola. No Brasil, a espécie já se encontra na lista vermelha.