O Instituto de Criminalística do Paraná concluiu no início desta semana a perícia do incêndio que destruiu parte da estrutura da Ponte Pênsil Alves Lima, entre as cidades de Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR). De acordo com o órgão, o incidente foi criminoso. As informações são da RPC Londrina e do G1 PR.
Após análise dos restos de madeira queimadas e dos vestígios deixados no local, a perícia descartou a possibilidade de o fogo ter sido causado de forma acidental. Algumas hipóteses foram analisadas, como um raio ou até um incêndio em algum lugar próximo, mas posteriormente foram descartadas.
A conclusão dos peritos foi que o incêndio foi causado por uma ação intencional humana, por algum material combustível despejado no local. O Instituto de Criminalística ainda afirmou que a pessoa que ateou fogo aguardou as chamas se alastrarem pela estrutura para só depois fugir do local.
Ninguém foi preso
Não foram identificados responsáveis pelo incêndio até o momento e, por este motivo, a polícia pede a ajuda da população com quaisquer informações. Denúncias podem ser feitas pelo número 181.
Pouco após o ocorrido, porém, diversos veículos de imprensa locais e páginas nas redes sociais chegaram a divulgar amplamente o nome e imagens de um homem como o responsável por ter ateado fogo na ponte, depois de ter causado um incêndio em sua residência na mesma noite. Entretanto, os investigadores não confirmaram essa informação na época, uma vez que o homem negou ter qualquer envolvimento no incidente e as investigações ainda estão em andamento.
Destruída outras três vezes
O incêndio ocorreu um mês atrás e foi notícia nos veículos de imprensa da região. A estrutura, inaugurada em 1920, completou 100 anos de existência na última sexta-feira (4). Ela possui 149 metros de extensão e um vão suspenso de 82 metros. Tombada pelo patrimônio histórico, a ponte deixou de receber veículos há algum tempo e é usada somente por pedestres.
Foi a quarta vez que a ponte pênsil – erguida para ajudar no escoamento do café da região norte do Paraná ao Porto de Santos – foi destruída: ela já sofreu danos severos em 1924, durante a Revolução Paulista, quando a cidade de Chavantes foi invadida; em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, quando a ligação sobre o Rio Paranapanema foi dinamitada; e em 1983, após uma das maiores enchentes de que se tem notícia na região.
Plano de recuperação
O chefe do Departamento de Cultura de Ribeirão Claro, Allan Mamed de Souza, informou ao jornal Folha de Londrina que já existia um plano de recuperação da ponte desde o mês de julho e foi pedido um processo de manutenção das avarias.
O representante da pasta explicou que agora o projeto terá de ser readaptado, entrará em análises e estudos e terá como objetivos restaurar as avarias da ponte, tirar as pichações e realçar as cores naturais do local.