6,4 milhões de pessoas negras saíram da força de trabalho entre o primeiro e segundo trimestres de 2020. (Foto: Markus Spiske/Unsplash)
6,4 milhões de pessoas negras saíram da força de trabalho entre o primeiro e segundo trimestres de 2020. (Foto: Markus Spiske/Unsplash)


Por Laura Alegre, da Rádio USP

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 6,4 milhões de pessoas negras saíram da força de trabalho entre o primeiro e segundo trimestres de 2020, por terem perdido ou deixado de procurar empregos pela descrença na possibilidade de se recolocar no mercado.

Entre os brancos, o número de pessoas nessa mesma situação chegou a 2,4 milhões, uma grande diferença. A pandemia agravou ainda mais essa situação, fazendo com que a informalidade aumentasse e que essa parcela mais afetada da população se expusesse mais ao risco de se contaminar com o novo coronavírus.

PUBLICIDADE

O professor Jonathan Marcelino, geógrafo, mestre e doutor em Geografia Humana pela USP, conta que a desigualdade racial no mercado de trabalho tem raízes históricas no Brasil e que é consequência de um racismo estrutural no país.

Entre as possíveis soluções para essa disparidade, ele ressalta que é necessário um “movimento de Estado com medidas redistributivas e conjunto de iniciativas para superar o gap entre negros e brancos na sociedade. O principal desafio então é que o Estado assuma seu papel e invista em práticas focalizadas nas questões de raça”.

PUBLICIDADE

Saiba mais na matéria da Rádio USP, clicando no player abaixo: