Moradores de Piraju registraram vários peixes mortos no Rio Paranapanema nesta segunda-feira (21). Imagens surpreendentes foram divulgadas por cidadãos e também por coletivos que realizam ativismo ambiental na região (veja nos vídeos abaixo).
Segundo a população, a mortandade de peixes foi causada por ações da Usina Hidrelétrica Paranapanema. Moradores afirmam que a movimentação das comportas reduziu o nível de água e deixou vários peixes presos entre as pedras às margens do rio.
O argumento dos ativistas ambientais de Piraju é que esse tipo de episódio é recorrente, uma vez que as usinas do montante do rio não se comunicam previamente. Eles apontam também a falta de protocolos por parte do Operador do Sistema Elétrico (ONS), realizando muitas vezes manobras bruscas de controle de vazão, o que culmina em peixes encurralados ou até jogados para fora do leito.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) afirmou, em nota, que não teve conhecimento sobre a situação, mas que “a operação das comportas das usinas deve observar as restrições ambientais, definidas pelo órgão ambiental competente”.
Já a Enel, responsável pela usina de Piraju, afirmou em nota que o episódio não tem relação com as operações da empresa na hidrelétrica. “A Enel Green Power Brasil esclarece que o Centro de Operações da companhia registrou no dia 20 uma redução de cerca de 30 cm no nível da água (…) causada por uma redução abrupta na vazão da usina opera na região pela Votorantim Energia”, apontou a companhia.
A prefeitura de Piraju, por sua vez, enviou nota no início da tarde na qual explica que não tinha conhecimento da manobra, que “tal situação foi a causa da morte dos peixes” e que contatou a Polícia Ambiental e a Cetesb.
De acordo com o órgão, a Cetesb realizou uma vistoria no local na qual constatou oficialmente o desastre ambiental. A prefeitura ainda informou que irá questionar a Enel e a Agência Cetesb de SP a respeito da licença de operação da UHE, da cota mínima de operaçao a jusante da barragem e sobre a regularidade da manobra. A administração local alegou também que seu departamento jurídico estuda acionar o Ministério Público.