É um pássaro? É um avião? Não, é um meteoro – um pedaço de rocha vinda do espaço adentrando a atmosfera do nosso planeta! Na noite desta terça-feira (15), moradores de Cerqueira César avistaram no céu uma bola de fogo rasgando o horizonte, que também foi vista em outras regiões do estado de São Paulo e até do Paraná.
Além de Cerqueira, a fireball (como é chamado um meteoro com tamanha luminosidade) pôde ser notada em cidades paulistas como Indiaporã, Nhandeara, Barretos, Monte Azul Paulista e Piracicaba, além de Telêmaco Borba (PR) (confira imagens no vídeo abaixo).
De acordo com a Bramon (Rede Brasileira de Observação de Meteoros), trata-se de uma rocha espacial que entrou na atmosfera terrestre por volta das 21h35 de ontem, quando foi capturada pelas câmeras das estações RCP3, RCP4 e CRP1, localizadas nas cidades de Nhandeara e Indiaporã, e por outras cinco câmeras do Clima ao Vivo em São Paulo e Paraná.
“Foi visível, pôde ser visto a olho nu e registrado por câmeras. Ocorreu a explosão e eu estava com a minha filha. Quando percebemos, corremos para verificar as estações da Bramon e vimos o registro de um asteroide grande que entrou na atmosfera e provocou um rastro luminoso”, contou Renato Poltronieri, presidente da Bramon, em entrevista ao G1.
De acordo com ele, é comum a região noroeste do estado apresentar registros de meteoritos quase todo dia, mas esse em especial chamou a atenção devido ao seu tamanho e à luminosidade que produziu.
Trajetória do meteoro
Segundo a Bramon, as análises preliminares indicam que a rocha espacial atingiu a atmosfera da Terra num ângulo de 18,6° em relação ao solo, a uma velocidade de 13,52 km/s (34,4 mil km/h). Tornou-se visível a 60,8 km de altitude, próximo à divisa entre Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Seguiu na direção leste por 11,6 segundos, até desaparecer a uma altitude aproximada de 25,3 km a sudoeste do município de Votuporanga, em SP.
Em seu ápice, o meteoro ainda chegou a -7,5 na escala de magnitude, usada na astronomia para medir o brilho dos objetos celestes. O número em si indica que foi bem luminoso, cerca de 12 vezes mais brilhante que o planeta Vênus. É por esse motivo que meteoros com essa luminosidade também são chamados de fireball ou bola de fogo.
A instituição possui ainda outras câmeras que poderiam ter capturado o fenômeno, mas, por conta dos cenários de tempestade que se formavam próximos ao local do meteoro naquele momento, muitas delas estavam desligadas por segurança. Mesmo assim, foi possível registrar o meteoro a partir das cidades onde não havia tantas nuvens.
A Bramon continuará o trabalho para refinar ainda mais os dados e torná-los mais precisos. Caso você tenha visto esse ou outro meteoro, mante seu relato para bramon.imo.net.
Confira abaixo as imagens do meteoro registradas pela Bramon e pelo Clima ao Vivo: