Dois dias de geada foram muito danosos às plantações da região. (Foto: Arquivo pessoal)
Dois dias de geada foram muito danosos às plantações da região. (Foto: Arquivo pessoal)


O inverno de 2021 tem se caracterizado por algumas massas de ar polar intensas, e pelo menos duas já atingiram o Brasil no início deste segundo semestre. A primeira, logo no começo do mês de julho e, nesta semana que passou, foi a vez de uma frente fria ainda mais intensa, que fez gear nas madrugadas de segunda (19) e terça (20), causando impacto negativo nas plantações de milho, café, feijão, hortaliças, entre outras culturas das cidades da região.

Um levantamento feito com produtores pela Coordenadoria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente de Taquarituba apontou que houve prejuízos em todas as culturas, de modo geral, de 30% a 40%. O setor detalhou que, na cultura da batata, a perda foi de aproximadamente 30%, com o sorgo foi de 20% a 25% (podendo passar dos 30%, porque pode estragar), com o milho em torno de 25% (uma vez que havia milhos em vários estágios de desenvolvimento), e com o café, no mínimo, 40%. No pasto, entidade estimou cerca de 50% de perda.

“O prejuízo é alto e a situação preocupante”, pontuou a pasta em nota.

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Em Fartura, a Coordenadoria de Agricultura e Meio Ambiente informou que, em decorrência das geadas dos últimos dias, houve grande prejuízo no cenário agrícola do município. O órgão se colocou à disposição dos pequenos produtores farturenses, principalmente aos afetados pelas baixas temperaturas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Bruno Henrique Pilegi, a queda brusca de temperatura prejudicou e “queimou”, culturas como café, feijão, banana, braquiária, entre outras. “Em algumas regiões do município, o fenômeno não foi tão severo e, desta forma, as plantas têm grandes chances de se recuperar e continuar o ciclo de crescimento”, informou Bruno. Segundo ele, nas lavouras com plantio recente da cultura, infelizmente, a perda foi total.

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A pasta informa que são poucas as medidas preventivas para que o produtor rural escape de prejuízos da geada. Bruno destacou que há alguns meios para isso, como molhar a área antes do sol nascer, já que a queima das folhas só acontece quando há o choque dos raios de calor com o gelo. “Infelizmente, não são todos os produtores que têm essa possibilidade, com água e materiais para promover esse banho nas folhas”, frisou.

As geadas são muito prejudiciais para a agricultura. (Foto: Arquivo pessoal)

Já os cultivos em proteção, em estufas, não são afetados. Escapam também do prejuízo culturas extremamente resistentes a baixas temperaturas, como por exemplo a aveia e o trigo.

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No município de Taguaí, segundo o médico veterinário e coordenador da Agricultura, Leandro Simi, houve grandes prejuízos nas pastagens, e quase todas as áreas ficaram bem danificadas.

As áreas com plantações de feijão estão praticamente comprometidas, como também é o caso do café, principalmente as mudas plantadas nesses últimos quatro meses.

“Os cafés já plantados no município tiveram perdas nas folhas, o que vai causar prejuízos para o próximo ano, quando houver a colheita. Também ocorreram grandes perdas com plantação de milho na chamada safrinha e das lavouras de verduras e hortaliças”, comentou Simi.

São poucas as medidas preventivas para que o produtor rural escape de prejuízos da geada. (Foto: Arquivo pessoal)

Engenheiro agrônomo e consultor especializado, Fernando Evangelista da Silva ressaltou que essas geadas foram pontuais, onde algumas áreas, principalmente as mais baixas foram bastante afetadas, já as mais altas não houve danos.

“Em Fartura, das áreas que presto assistência, as culturas mais afetadas foram do feijão, sorgo e milho na safrinha. Vale destacar que, no milho, as plantações mais tardias, onde o milho está ainda em fase do preenchimento de grãos, o prejuízo foi total”, frisou Fernando.

Os exemplos apresentados pelo agrônomo são semelhantes ao que aconteceu com o produtor farturense Décio Baitaca. Ele é arrendatário e sua plantação de milho no bairro Pinheirinho teve prejuízo de 100%. Segundo ele, a área da lavoura perdida foi de aproximadamente 20 hectares e não havia seguro, pois no inverno os bancos não asseguram devido o alto risco.

Baitaca ainda comentou que suas plantações ao redor da represa não foram atingidas pela geada, como também as plantações de trigo. Ele comentou que, após o prejuízo, vai preparar a terra novamente para o plantio de soja em setembro. “Vida de agricultor é assim, às vezes você ganha, às vezes você perde”, ponderou.

Quem também teve prejuízo com a geada foi o presidente do Sindicato Rural, Zé da Costa, que tem uma plantação de feijão em sociedade com seu cunhado, o ex-vereador Juninho. A área nas margens da SP-249 (Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho), próximo ao trevo, teve perda total da lavoura.

Nova frente fria

O final de semana será ensolarado na maior parte do Brasil, mas, a partir de segunda-feira (26), as temperaturas voltam a cair em uma nova onda de frio. A frente fria chega inicialmente pelo Sul do país, atingindo Sudeste e Centro-Oeste no decorrer dos dias.

Ainda segundo Freitas, a frente fria começa a avança na segunda-feira principalmente no Rio Grande do Sul. A partir de terça-feira (27), Santa Catarina, Paraná, sul de Mato Grosso do Sul e extremo-sul de São Paulo também passam a sentir a mudança no tempo, com chance de chuva. A previsão é de neve em algumas regiões no sul do país.