Imagem ilustrativa. (Foto: Pixabay)
Imagem ilustrativa. (Foto: Pixabay)


Mais de 50 cidades das regiões de Sorocaba, Jundiaí e Itapetininga apresentaram agrotóxicos na água distribuída à população em 2022. As informações estão em um levantamento divulgado em 16 de outubro pela Organização Não Governamental Repórter Brasil, com dados do Ministério da Saúde, e foram divulgadas em publicação do G1.

Das 54 cidades das três regiões, 46 têm a distribuição de água operada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). As outras dez tem autarquias e departamentos que realizam os trabalhos de forma autônoma.

Na região de Itapetininga, as cidades onde foram encontrados agrotóxicos na água distribuída são as seguintes:

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Alambari, Angatuba, Águas de Santa Bárbara, Arandu, Avaré, Boituva, Buri, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Cesário Lange, Conchas, Guareí, Iaras, Itaberá, Itapetininga, Itapeva, Itaporanga, Itararé, Laranjal Paulista, Nova Campina, Quadra, Pereiras, Ribeirão Branco, Ribeirão Grande, Porangaba, São Miguel Arcanjo, Pilar do Sul, Sarapuí, Sarutaiá, Taquarituba, Tatuí, Tejupá, Timburi, Torre de Pedra. Essas cidades são atendidas pela Sabesp.

A Sabesp, que é responsável pela maior parte dos municípios citados na reportagem, afirmou que a água distribuída é segura e atende à legislação do Ministério da Saúde. “A Sabesp informa que monitora a qualidade da água distribuída aos clientes, realizando várias análises diárias com rigorosos controles em todo o sistema”, garante.

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A empresa pública diz ainda que, em todos os 375 municípios atendidos, todos os ensaios realizados para agrotóxicos em 2022 apresentaram resultados abaixo do valor previsto na lei, o que atesta a qualidade e a segurança da água. “A Companhia realiza cerca de 114.000 análises laboratoriais mensais e monitora sistematicamente todas as etapas do sistema de abastecimento.”

Preocupação

André Cordeiro Alves dos Santos, mestre e doutor em engenharia ambiental e especialista em ecossistemas aquáticos e recursos hídricos, afirma que a situação é assustadora. “E não há nenhuma forma de controle nem no uso nem na melhora dos sistemas de tratamento para reduzir a quantidade que chega na água de abastecimento”, comenta.

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Anete Versolato, que defendeu, em 2023, uma tese de mestrado de gestão ambiental sobre o tema, inclusive com os dados sobre a região, afirma que nossa legislação é falha.

“Hoje, não há um limite que eu posso ter de agrotóxicos em águas. Somente é analisado individualmente cada tipo de compostos, independentemente da quantidade que teremos”, diz.

Apesar de considerar o tema complexo, ela defende algumas medidas para amenizar o quadro. “Algumas coisas são: fortalecer a agroecologia, preservar a mata ciliar, proibir a pulverização aérea de agrotóxicos, investir e tecnologias de remoção de compostos químicos da água, e isso inclui uma variedade além do agrotóxico.”

Levantamento

O levantamento aponta a possibilidade de mistura de 27 diferentes tipos de agrotóxicos, que foi detectada na água consumida por parte da população de 210 municípios brasileiros.

As informações, conforme a entidade, são resultado de um cruzamento de dados realizado pela Repórter Brasil a partir de informações do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, com testes feitos em 2022.

O Sisagua, conforme o Ministério da Saúde, é um instrumento do Vigiagua que tem como finalidade auxiliar o gerenciamento de riscos à saúde a partir dos dados gerados rotineiramente pelos profissionais do setor saúde (Vigilância) e responsáveis pelos serviços de abastecimento de água no Brasil.