Respiradores da USP utilizados do Incor. (Foto: Flickr/Governo do Estado de SP)
Respiradores da USP utilizados do Incor. (Foto: Flickr/Governo do Estado de SP)


O ritmo de novas internações por covid-19 no estado de São Paulo começou a apresentar uma tendência de estabilidade na última semana, depois de passar pouco mais de um mês em alta. A taxa, no entanto, permanece elevada, com mais de 400 novas hospitalizações por dia.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgados em publicação do Yahoo, nesta segunda-feira (28) foram registradas 322 internações pela doença, levando a média móvel a 428 registros por dia. O número é 5% maior que o de sete dias atrás, quando estava em 416. Alterações abaixo de 15% são consideradas indicadores de estabilidade.

Para o infectologista do Instituto Emílio Ribas Leonardo Weissmann, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), porém, o cenário ainda é de alerta e não há como confirmar que a doença está dando indícios de um recuo.

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“As variantes da Ômicron são bastante transmissíveis e o número de casos não para de subir nesse momento. Entretanto, muitos casos são leves graças à vacinação. Mas ainda é cedo para se falar em desaceleração da doença”, diz o especialista.

Durante a pandemia, a taxa chegou a um pico de 3.399 novas internações por dia em março de 2021, quando o país passava pelo momento mais dramático da crise sanitária e ainda avançava de forma lenta na vacinação dos grupos prioritários.

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Antes da onda atual da doença, o valor mais alto foi registrado em junho com a alta de casos causada pelas subvariantes da Ômicron BA.4 e BA.5. Na época, a média chegou a 626 novas hospitalizações diariamente nas unidades públicas e privadas de São Paulo.

Desde então, o índice estava em queda, chegando a apenas 113 em outubro – patamar mais baixo de toda a pandemia. Porém, a partir do fim do mês, com o avanço da subvariante BQ.1 da Ômicron, que tem potencial maior de escapar das defesas de infecções prévias e das vacinas, a taxa voltou a subir.

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De acordo com o último levantamento da rede de saúde Dasa, que contempla mais de mil laboratórios de diagnóstico pelo país, a proporção de casos causados pela sublinhagem já é de 18% do total no Brasil, mas de 29% na capital paulista.

“Mesmo pessoas que já tiveram Covid-19 podem se infectar novamente. As mais vulneráveis hoje são as não vacinadas ou que não receberam todas as doses da vacina recomendadas, especialmente crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas, que têm um quadro de enfraquecimento do sistema imunológico)”, afirma Weissmann.

Além disso, ainda que uma estabilidade tenha sido observada na última semana em relação às hospitalizações de São Paulo, o ritmo de novos diagnósticos ainda está em alta. No mesmo período, o estado saiu de uma média móvel de 1.573 casos por dia para 2.263, um aumento de 44%.

Já em relação às mortes, o crescimento é mais baixo. No dia 21, a média móvel era de 20 óbitos por dia. Nesta segunda-feira, a taxa cresceu 23%, passando para aproximadamente 25 vítimas diárias.

“É fundamental que a população se conscientize do seu papel no controle da doença. A vacinação é a principal forma, tanto individualmente quanto coletivamente. Porém, há outras medidas eficazes e que devem ser seguidas, como o uso de máscara de proteção respiratória, especialmente em lugares fechados e com grande concentração de pessoas, evitar aglomerações, manter ambiente bem ventilado, higienização frequente das mãos”, orienta o infectologista.