Por Prof. Hézion Correa Custódio e Luis Eduardo C. Bortotti
Vivemos tempos em que a história parece ser deixada de lado. História essa essencial para o nosso crescimento como boas pessoas e desenvolvimento da sociedade. A mesma história que, lá em tempos de crianças, tínhamos como matéria na escola e, logo depois, já adolescentes, durante o colegial. A mesma história que nos apresentou detalhes incríveis de eras em que sequer sonhávamos com computadores ou celulares.
Graças a um pequeno trecho desta longa e magnífica história da humanidade é que hoje podemos curtir um feriado muito especial para nós farturenses neste 15 de setembro, a celebração de nossa padroeira Nossa Senhora das Dores.
Conta-se numa certa história, de caráter popular e sem registros históricos oficiais, que uma promessa à Nossa Senhora das Dores foi a responsável pela formalização da igreja que embeleza o centro de Fartura.
O casal Remígio José Vianna e Dona Constantina Maria de Jesus teria feito a promessa de doar uma quantia de terras à Nossa Senhora das Dores, com o objetivo de iniciar a construção de uma capela no local.
A voz popular diz que essa promessa tem como causa o fato de que um de seus filhos estava muito doente. A criança acabou se recuperando da enfermidade, mas a doação não ocorreu depois da eventual melhora de seu estado de saúde, e os pais acabaram falecendo.
Neste processo até a formalização final da doação das terras, outro trecho contado pelos antigos moradores ganha destaque neste período: diz-se que um fantasma passou a assombrar a região, agora associada aos falecidos que seriam doadores, e penava motivado pela não doação das terras prometidas à santa.
Depois de certa pressão dos moradores vizinhos, e decidido a cumprir a promessa dos pais, Manoel José Viana – não podemos afirmar que era ele a criança curada – enfim concretizou a doação e nossa igreja matriz começou a ser erguida no início do segundo semestre de 1880, dando início a um processo de desenvolvimento no nosso município.
Nossa Senhora das Dores
Também conhecida como Mãe Dolorosa (Mater Dolorosa), Nossa Senhora das Dores é um dos muitos títulos aplicados à Virgem Maria. Este título refere-se especificamente às sete dores que Maria sofreu em sua vida na Terra, a maioria delas durante a Paixão de Cristo.
Em grande parte das imagens de Nossa Senhora das Dores estão cravadas espadas em seu peito, representando as dores sentidas ao ver seu filho crucificado. Mesmo com um triste olhar, é possível perceber todo o amor que ela sente pelo filho. Um olhar que serve para seus devotos como um encorajamento para superar as dores.
Desta forma, não é difícil associar esse desejo de cura e superação ao que Dona Clementina deve ter sentido ao ver a saúde de um filho querido não melhorar, mesmo com inúmeros remédios e tratamentos medicinais da época.
Das dores sentidas por uma mãe, vem a promessa das terras que hoje são a nossa casa. Uma bela narrativa que ilustra o início da história de Fartura e que serve muito de inspiração para o triste momento que vivemos da história mundial atualmente. Podemos superar grandes desafios com muita sabedoria, paciência e oração.