O maracatu, que arrasta multidões no Carnaval das cidades pernambucanas de Olinda e Recife, está presente na região. (Foto: Reprodução)
O maracatu, ritmo que arrasta multidões no Carnaval das cidades pernambucanas de Olinda e Recife, está presente na região. (Foto: Reprodução)


O 1º Encontro de Maracatu, realizado pelo Grupo de Maracatu de Baque Virado Baque das Águas no período de 19 a 21 de abril deste ano, ofereceu oficinas de maracatu gratuitas e abertas à comunidade de Fartura. Nesta quinta-feira (1º), data em que se comemora o Dia do Maracatu, o coletivo lançou um webdocumentário sobre o evento no município (confira na íntegra ao final do texto).

A reunião, que teve três dias de programação, contou com a presença de grupos de maracatu de Fartura e região e também do norte do Paraná, com a participação de integrantes do Toneladas de Maracatu, de Jacarezinho (PR), além de contar com a ilustre presença de Deivison Santana, educador social, mestre da Nação da Ilha, integrante do Coletivo Ojú Obá e batuqueiro da Nação do Maracatu Encanto do Pina, de Recife (PE).

O Baque das Águas começou a partir de uma iniciativa de moradores de Piraju e Fartura. (Foto: Reprodução)

Os participantes de todas as idades puderam ter um primeiro contato com a percussão característica do ritmo, além também de toda a bagagem cultural, ancestral e religiosa que o maracatu representa para o Brasil – sobretudo para o estado de Pernambuco.

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Apesar de ainda sofrerem muito preconceito, os grupos de maracatu, bem como as religiões de matriz africana, têm se tornado cada vez mais populares em todo o Brasil recentemente.

A manifestação cultural pernambucana afro-brasileira é muito popular no nordeste. (Foto: Divulgação)
A manifestação cultural pernambucana afro-brasileira é muito popular no nordeste. (Foto: Divulgação)

“Por isso que o candomblé é tão forte, tão poderoso, tão importante. Por conta dessa força, desse axé que vem de dentro do Ilê, do terreiro”, explicou no vídeo o professor, produtor e músico Caio Emílio, um dos idealizadores da iniciativa em Fartura, que participou de grupos de maracatu onde estudou, no norte paranaense, e também já esteve no nordeste para ver de perto as tradicionais nações que animam o Carnaval de Recife e Olinda (PE).

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“Pra mim, o maracatu representa e sempre representou a ligação com a ancestralidade. Daí que vem essa força e a importância da gente trazer o maracatu e difundir a sua cultura”, completou Caio.

Deivison Santana é mestre da Nação da Ilha e batuqueiro do Nação Encanto do Pina, ambas de Recife (PE). (Foto: Reprodução)
Deivison Santana é mestre da Nação da Ilha e batuqueiro da Nação Encanto do Pina, ambas de Recife (PE). (Foto: Reprodução)

A relevância desse contato, inclusive, foi muito valorizada pelo mestre Deivison em sua passagem por Fartura. “A gente vê, quando a gente faz essa apresentação aqui, a precariedade da própria cidade que precisa de cultura. E o festival traz isso, você vê no olhar das pessoas que o festival está dando certo”, pontou durante participação no documentário, em entrevista gravada na Praça 9 de julho.

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O grupo Baque das Águas surgiu em 2020, após um esforço de farturenses e pirajuenses que já tinham participado de outras nações anteriormente. O encontro em Fartura e o registro em vídeo foram realizados através da Secretaria de Cultura do município, com recursos da Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo).

Para conferir o webdocumentário na íntegra no YouTube, clique no player abaixo: