Morango da estufa da Chácara Municipal de Fartura. (Foto: Arquivo pessoal)
Morango da estufa da Chácara Municipal de Fartura. (Foto: Arquivo pessoal)


O morango semi-hidropônico é uma cultura de plantio no qual a cidade de Fartura tem se tornado referência. Na Chácara Municipal, que é administrada pela prefeitura, encontra-se uma fazenda experimental de manejo do morango semi-hidropônico.

“O objetivo dessa realização foi difundir a tecnologia e meio de cultivo, onde produtores possam ter acesso conhecendo a estufa e tendo base para poder também construir em sua propriedade. Disponibilizamos assistência técnica para os interessados, na parte do projeto, implantação e pós-implantação. Também nos colocamos a disposição para apresentar o projeto na Chácara Municipal e esclarecer mais dúvidas”, explica Brunho Henrique Pilegi, que é agrônomo da prefeitura de Fartura.

Ele ainda conta que este projeto está completando neste mês dois anos de colheita com a mesma muda, indo para o terceiro e com excelente sanidade e produção. Além disso, os morangos produzidos na estufa são doados para entidades e instituições farturenses.

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O vereador Decinho Martins (Cidadania) apresentou indicação para que o Executivo adquira mudas de morangos semi-hidropônicos para doar aos agricultores interessados em trabalhar com esta nova forma de cultivo.

“Considerando que está instalada na Chácara Municipal uma pequena estufa experimental para produção de morangos semi-hidropônicos , a qual serve de modelo pra agricultores que desejam iniciar o plantio de morangos nesta nova modalidade, sugerimos ao senhor prefeito, que faça a compra de mudas para oferecer aos agricultores que desejarem iniciar esta nova modalidade de cultura”, justificou o vereador.

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Lembrando que os agricultores que receberem estas mudas, poderiam depois, estar fornecendo outras mudas para outros agricultores no próximo ano em nosso município.

O cultivo da fruta apresentou ótima produtividade. (Foto: Arquivo pessoal)

E essa referência tem trazido até pessoas de outros municípios para conhecer e posteriormente investirem nesta cultura. Alexandre Fernandes, 46 anos, do “Sítio Fernandes”, no bairro Barranco Vermelho, em Sarutaiá, é um desses.

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“Não sou produtor rural. Sou nascido e criado em São Paulo capital. Mudei para Sarutaiá há dois anos e meio e há um ano me mudei para a propriedade que moro. Ela é da minha família há 25 anos, mas estava arrendada. Estava esperando acabar o contrato, pois já tinha interesse em cuidar dela. Atualmente trabalho com conserto de máquinas de lavar e eletrodomésticos. Pesquisando sobre culturas para trabalhar no sítio, me deparei com o cultivo de morango semi-hidropônico. Fiquei interessado, mas não tinha muita informação, somente na internet. Fui até a estufa em Fartura e me inteirei melhor sobre o assunto com o Maurício [técnico agrícola da prefeitura]. Acabei pegando amizade com o José Leonardo, que cuida da estufa, e vim tirando dúvidas e acompanhando o cultivo deles. Devido ao começo da pandemia, resolvi esperar, pois fiquei inseguro de como ficariam as coisas. Acabei buscando mais informações com os fornecedores que são do Paraná e produzem também nesse sistema. Então esse ano resolvi dar início a esse projeto”, conta Alexandre.

Hoje ele está iniciando sua produção com 3.200 pés, ele está terminando a infraestrutura da sua estufa, mas as mudas já estão sendo plantadas. “São mudas vindas do Chile, pois, para esse sistema são mais apropriadas. A previsão de começar a colher é por volta de setembro se tudo correr bem”, destaca.

A produção de Alexandre é familiar. “Eu e minha família que fizemos quase tudo. Só contratei uma pessoa para me ajudar no início na fundação, pois é mais pesado”, diz.

Alexandre diz ainda que adquire insumos e conhecimento de técnicas através da Agrobaum, de Pinhalão (PR), cidade que também é referência no manejo de morango semi-hidropônico, atuando nesta cultura há anos.

Estufa modelo localizada na Chácara Municipal (Foto: Arquivo pessoal)

Farturenses

Em Fartura os produtores Thiago José Gaudensi, José Leonardo Valério da Silveira e Sandra Sibeli Rosolen já comemoram o primeiro ano de experiência com a estufa de morangos.

Eles relatam que aprenderam bastante nesse período e também se divertiram. A produção inicial contou com 1500 mudas, importadas da Espanha, além disso, eles continuam sempre buscando evoluir e, neste ano, estão aumentando a produção, com 400 novas mudas que acabaram de chegar do Chile.

O cultivo da fruta apresentou ótima produtividade, com mais de uma tonelada de morangos produzidos nesse primeiro ano, sendo assim muito lucrativa para os sócios.

“Nossa plantação fica no bairro Pinheirinho, bem próximo ao trevo de Fartura para Carlópolis (PR). Quando a pandemia acabar, existe o plano de abrir a plantação para visitas agendadas de famílias e/ou escolas para aulas temáticas”, ressaltam Thiago e José Leonardo.

Outro produtor de morango em Fartura é Claudney dos Santos, 45 anos, que cultiva a fruta em sua propriedade no Sítio Santa Maria no bairro Barra Mansa. Ele ressalta que faz 18 meses que montou sua estufa com aproximadamente cinco mil pés de morango.

Claudney colhe semanalmente e comercializa em mercados e quitandas do município. Ele destaca que a produção é praticamente orgânica, pois a estufa evita insetos e a necessidade de agrotóxicos. “Meu objetivo é produzir frutas saudáveis”, comentou o produtor.

Cultivo

As diferenças do sistema semi-hidropônico em relação ao cultivo no solo começam pela estrutura. Dentro de um abrigo (estufa) protegido por lona plástica, são construídas bancadas, geralmente de madeira. Sobre elas ficam os slabs (sacos plásticos preenchidos com substrato) onde as mudas são plantadas e ficam suspensas. Essa estrutura precisa ser forte e durável e o local deve estar protegido dos ventos fortes.

Como a planta não está no solo, o agricultor precisa fornecer a ela uma solução nutritiva completa. Por isso, a irrigação e a fertilização são feitas por um sistema de gotejamento, com adubo diluído na água.

O manejo da irrigação exige cuidado. A quantidade de fertilização e de regas diárias depende de fatores como o estágio de desenvolvimento da planta, o clima e as características do substrato em relação a maior ou menor retenção de água.
Mudas de qualidade são fundamentais para o sucesso da atividade e devem ser substituídas a cada dois ou três anos. Elas normalmente são adquiridas de viveiros especializados do Chile, da Argentina e da Espanha.

Para maiores informações e agendar visita para conhecer a estufa de Fartura, entrar em contato com a Chácara Municipal através do telefone (14) 3382 1792 ou no endereço Rua Santa Luzia, próximo à ponte da Vila Nossa Senha Senhora de Fátima.