O prefeito de Fartura, Luciano Filé (PSDB), e o coordenador de Saúde, Renan Oliveira, reuniram-se com um grupo de comerciantes da cidade liderado pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Fartura (Acif), Conrado Bortotti, na manhã deste sábado.
Os empresários do comércio procuravam reverter o decreto anunciado na última sexta (9), que suspende o atendimento presencial e o drive thru (retirada) nos estabelecimentos comerciais por 14 dias, incluindo os mercados, que por sua vez poderão funcionar apenas por delivery. Participaram do encontro, no pátio do Paço Municipal, o advogado Paulo Jaba, o vereador Filipe Dognani (PDT) e o chefe de gabinete Carlos Magno.
Representantes de supermercados, mercearias, açougues, padarias e quitandas disseram ser inviável trabalhar somente com entregas a partir de segunda-feira (12). Muitos declararam que fecharão as portas de seus estabelecimentos enquanto perdurar o novo decreto, o que poderá afetar o abastecimento do município.
Os problemas apresentados pelos empresários são falta de veículos e funcionários para realizar as entregas, alto preço dos combustíveis, dificuldade em cobrar taxa de entrega para compras pequenas, falta de equipamentos para cobrança via cartão, possibilidade de perder o cliente para estabelecimentos de municípios vizinhos, entre outros.
Comerciantes que trabalham com venda de salgados, lanches e refeições em geral reivindicam o retorno do atendimento no sistema drive thru e a retirada no balcão. Todos disseram ser favoráveis ao aumento de restrições e fiscalização nos atendimentos presenciais, como também seguir à risca a fase vermelha do Plano São Paulo.
O prefeito Luciano Filé frisou que Fartura hoje se encontra com um quadro crítico de casos de contaminação e mortes pela covid-19 e que a Santa Casa está com praticamente o dobro de internações que de leitos disponíveis para pacientes com o novo coronavírus. Comentou ainda que existe a possibilidade de novas cepas já circularem no município e que isso está sendo investigado.
O prefeito salientou que a primeira ideia era fazer um lockdown, mas que repensou junto com sua equipe e mudou de plano, porém ainda não está descartada essa possibilidade. “Estamos trabalhando com a realidade dia a dia”, comentou.
Sobre o não fechamento das confecções, o prefeito justificou que os empresários do setor apresentaram um plano de trabalho com diminuição de contingente e protocolos a serem seguidos, e que o fechamento poderia ocasionar em muitos trabalhadores circulando nas ruas nesse momento crítico. Ele argumentou que uma fiscalização diária será realizada pela Vigilância Sanitária para verificar se as confecções estão seguindo o acordo. Também disse que os empresários aguardam um plano do governo federal, semelhante ao do ano passado, que deixaria os funcionários em casa recebendo mediante auxílio.
Ficou combinado na reunião que a Acif e os empresários irão apresentar um plano de trabalho até o final desta tarde, que será analisado pelo Executivo, com possibilidade de mudanças no decreto. “Apresente para mim [uma proposta], pois não sou o dono da verdade e vamos analisar com critério e decidir até amanhã”, finalizou o prefeito.
