O casal que foi preso pelo latrocínio (roubo seguido de morte) de um motorista de aplicativo em Taguaí, no interior de São Paulo, chegou a ir para um motel com o corpo da vítima no porta-malas depois do crime, de acordo com a Polícia Civil. As informações são do G1.
Ao G1, a delegada Jordana Rueda Amorim explicou que a suspeita, de 20 anos, contou à polícia que não matou o motorista, mas ajudou a esconder o corpo porque foi ameaçada pelo companheiro. Apesar disso, ela acabou presa no dia 5 de maio depois que a investigação juntou provas da participação dela no crime.
Segundo o depoimento da jovem à polícia, após colocarem o corpo do motorista no porta-malas, ela e o companheiro procuraram saber se alguém compraria o carro roubado. Depois, os dois tentaram passar o cartão da vítima em um estabelecimento e, como não tinham para onde ir e não sabiam o que fazer com o corpo, foram para o motel.
Anderson Carlos Rosseto, de 45 anos, era morador de Fartura, paraplégico e foi encontrado morto no dia 29 de março em um açude na zona rural de Taguaí. Segundo a polícia, ele estava seminu, boiando na água e com marcas de facadas.
Os suspeitos do crime foram identificados logo depois, quando a polícia encontrou o carro do motorista estacionado próximo ao local e ouviu moradores da região. Durante os trabalhos, a jovem de 20 anos, uma das moradoras, apontou o companheiro como autor do latrocínio.
Segundo a delegada, o homem de 25 anos foi preso em flagrante e negou o crime, porém, “as versões apresentadas por testemunhas e as evidências obtidas no local dos fatos foram suficientes para incriminá-lo”.
A suspeita também contou à Polícia Civil que o companheiro dela acionou o motorista de aplicativo e o matou somente com a intenção de roubar o carro.
Ao G1, o advogado da família de Anderson, Rafael Spirlandeli, alegou que a versão da jovem sobre as ameaças do companheiro é falsa e que o casal foi ao motel após o crime para “comemorar o latrocínio”.
A defesa também afirmou que acredita que pelo menos mais uma pessoa esteja envolvida no crime, “visto que só o casal não seria capaz de pegar o corpo de Anderson sozinho e jogar no açude”. Segundo o advogado, o motorista, “apesar de paraplégico, era alto e pesado”.
Relembre o crime
O crime foi registrado na tarde do dia 29 de março, depois que um produtor rural encontrou o corpo de Anderson no açude. Logo depois, os suspeitos foram identificados e a jovem de 20 anos deu a versão dela à polícia.
“Na noite anterior, o casal consumiu drogas e, logo depois da meia-noite, o marido saiu com um veículo que veio buscá-lo. Por volta das 4h , ele retornou com o carro, entrou na casa, agrediu a mulher com um puxão de cabelo e obrigou-a a entrar no automóvel e a irem juntos até o açude existente no sítio”, informou a Polícia Civil, com base no depoimento da jovem.
À polícia, a jovem contou que obedeceu o namorado porque foi ameaçada de morte. Ela disse que o companheiro arremessou o corpo no açude e pediu para que ela também jogasse as peças de roupa da vítima na água. Depois, a dupla estacionou o carro da vítima em um barracão.
“A perícia encontrou marcas de pneus compatíveis com os pneus do automóvel, além de pegadas de calçados semelhantes com o solado de dois pares de tênis (um feminino e outro masculino) encontrados na residência do casal”, afirmou a polícia.
Com as evidências, o suspeito foi preso em flagrante e levado para a cadeia de Piraju. No último dia 5, a companheira dele também foi detida.
Inicialmente, o caso foi registrado como homicídio, ameaça e violência doméstica, mas foi alterado para latrocínio no decorrer das investigações.