Os vereadores de Fartura arquivaram uma denúncia contra o prefeito Luciano Filé (PSDB), na noite de segunda-feira passada (1º), a respeito de áudios vazados com agressões verbais proferidas pelo chefe do Executivo a sua ex-companheira, em caso que viralizou nas redes sociais dos moradores da cidade recentemente. A notícia foi destaque recentemente no Jornal Sudoeste do Estado e em outros veículos de imprensa locais.
Protocolada por uma munícipe, a denúncia que pedia a cassação do prefeito por falta de decoro recebeu quatro votos favoráveis (Antônio Donizete Mulinha, Anderson Lima, Bruno Guazzelli e Marquinho Baiano) e quatro votos contrários (João Buranello, Henrique Abuchain, Conrado Benatto e Decinho Martins). Para ser aprovada, o pedido necessitava de cinco votos.
É importante ressaltar que o vereador Filipe Dognani (PDT) não esteve presente na sessão por motivos de saúde.
Durante as discussões, os vereadores que votaram favorável à denúncia alegaram que o prefeito havia cometido crime nos áudios vazados e que a forma como se dirigiu a sua ex-companheira não é condizente a um chefe do Executivo. Os que votaram contra a denúncia afirmaram que o episódio era algo de cunho pessoal e que o ato não envolvia a administração pública.
O plenário da Câmara farturense estava lotado, e muitos cidadãos, a maioria deles mulheres, protestaram contra a decisão do Legislativo de arquivar o pedido de cassação por falta de decoro, o que pareceu incomodar alguns dos vereadores presentes. A sessão chegou a ser interrompida em alguns momentos mais tensos.
Denúncia aceita
Já a outra denúncia apresentada por três servidoras públicas, também contra o prefeito, de assédio moral e abuso de poder, foi aceita pela Casa de Leis, pois necessitava somente do apoio de três parlamentares.
Os vereadores Anderson Lima (DEM), Filipe Dognani (PDT) e Bruno Guazzelli (PTB) assinaram o pedido de investigação.
Com a denúncia acatada, foi aberto um processo para investigar as acusações contra o prefeito Luciano Filé. A Comissão é formada por Anderson Lima (presidente), Filipe Dognani (relator) e Henrique Abuchain (membro).
Agora, a Comissão tem 60 dias para ouvir testemunhas, apurar informações e produzir um relatório que será submetido a votação. Caso a denúncia fique constatada e receba os votos suficientes (dois terços da Casa), o relatório será enviado ao Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências.
A sessão de Câmara do último dia 1º pode ser conferida na íntegra no vídeo abaixo:
Prefeito se pronunciou
Na manhã da mesma segunda-feira (1º), o prefeito farturense publicou de antemão em suas redes sociais oficiais um vídeo no qual pedia desculpas à população pelos áudios vazados (confira o depoimento no vídeo abaixo), mas frisava que a exposição aconteceu sem sua autorização e que o caso dos áudios abrange questões pessoais.
Além disso, Filé solicitava aos nove vereadores municipais que votassem pela abertura de processo para investigar as denúncias de perseguição de funcionários. “Pois eu tenho a convicção e a segurança de afirmar que jamais persegui qualquer servidor”, disse Filé na ocasião.
“As mesmas denúncias foram protocoladas na Promotoria de Justiça aqui de Fartura. E, após a apresentação da defesa e os esclarecimentos dos fatos, foram arquivadas por falta de provas”, completou.