Por volta das 00h30 do último domingo (8), uma garota sofreu uma tentativa de estupro no meio da rua quando voltava para casa, na Vila Romano, em Fartura. Na altura do prédio da confecção Lunak’s, ela foi abordada por um homem a pé, que a derrubou no chão, segurou-a pelo pescoço e tentou consumar o ato enquanto a violentava.
Naquele dia, o boletim de ocorrência informava que o autor do crime teria sido um homem que havia abordado a vítima minutos antes, de carro. A garota fingiu no momento estar conversando com seus pais pelo telefone e ignorou a primeira tentativa de abordagem, mas reconheceu o sujeito e o apontou como o estuprador.
Outras informações corroboraram com a prisão desse homem: a vítima se recordava que, ao ser abordada, o rapaz afirmou que haviam trabalhado juntos e, ao pesquisar nas redes sociais, ela encontrou a fotografia do autor e concluiu que vez ou outra ele fazia reparos em máquinas no local onde ela trabalha. Esses detalhes e a convicção da vítima foram suficientes para que I. B. F. fosse autuado em flagrante delito por estupro e fosse preso. No entanto, no meio desta semana o caso sofreu uma reviravolta.
Um relatório da Polícia Civil comunicou que o homem detido confessou ter feito contato com a vítima minutos antes do ataque, em frente à Igreja Santa Rita de Cássia, mas que pediu que fossem verificadas câmeras de segurança, uma vez que, após ter realizado contato com a garota, teria seguido pela Rua Ananias Romano, e não pela Rua Sebastião Rodrigues do Amaral, onde ocorreu o crime.
Após a checagem de imagens de vídeo, a investigação concluiu que o autor do estupro – que aparece seguindo a vítima e, após atacá-la, foge sentido centro – apresentava características diferentes das de I. B. F.
“Não tratava-se da mesma pessoa, pois o autor do crime apresentava calvície parcial, não usava barba, era de estatura mediana e não apresentava tatuagens visíveis”, diz o relatório, que aponta que o homem detido no fim de semana “apresentava cabelos curtos, usava barba, tem estatura baixa e tatuagens visíveis no antebraço direito”.
A garota e sua advogada estiveram na delegacia para verificar os vídeos e fotografias reunidos pela investigação. A vítima reconheceu que o culpado pelo estupro não se tratava de I. B. F., contou que passou por um estresse muito grande e, por ter sido abordada pelo homem de forma invasiva minutos antes, concluiu que ele teria sido o autor do crime.
A investigação segue em curso e indica, portanto, que a jovem foi abordada de maneira ofensiva por duas pessoas diferentes em um intervalo de minutos, e que o verdadeiro estuprador ainda está solto.